Marcelo Bernardino: ‘Brasil é maior filial da Indra Group em termos de receita’

A Indra acaba de anunciar sua nova identidade de marca e novo posicionamento, alinhado ao seu plano estratégico global, batizado de ‘Leading the Future’ e focado na consolidação do grupo espanhol como referência para os mercados de defesa, aeroespacial e tecnologias digitais avançadas.
Em entrevista ao IT Forum, Marcelo Bernardino, CEO da Indra e da Minsait no Brasil, explica que a companhia tem ciclos de planejamento estratégico e o Leading the Future acontecerá em duas etapas: uma nos próximos três anos e a outra entre 2027 e 2023.
“O principal foco é liderar os negócios de defesa, espaço, tráfego aéreo e tecnologia. Já estava previsto um relançamento trazendo esse reposicionamento, além de separar os temas entre a Indra e a Minsait, que é a área de consultoria”, resume ele.
Nesse conceito, nasce o Indra Group, que é considerada a holding das empresas e, abaixo dela, as duas marcas. “É tudo tecnologia, mas uma coisa é falar de tecnologia para defesa, infraestrutura e controle de tráfego e outra coisa falar da Minsait, com a consultoria, transformação e tecnologia”, explica ele.
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Ainda assim, diz Bernardino, nada muda do ponto de vista mercadológico. O foco continua em crescimento e o Brasil tem protagonismo nesse desejo. De acordo com o executivo, a ideia é estar, até 2026, entre as três maiores consultorias do País e a expectativa é dobrar de tamanho no Brasil até 2026, em termos percentuais.
“Estamos investindo em novas linhas de serviços que tínhamos fora do País, como consultoria de negócios para serviços financeiros, para energia e utilities e cibersegurança”, exemplifica ele.
Com as novidades, a companhia espera agregar novas verticais de negócios. Se antes eram focados em telecomunicações; energia e utilities; serviços financeiros; e administração pública, agora a Indra e a Minsait pretendem buscar as áreas de saúde e mobilidade.
“O Brasil é a maior filial em quantidade de funcionários, com 7 mil colaboradores dos 57 mil empregados no mundo. É também a maior filial em termos de receita. Por isso, no plano estratégico cada país tem a sua parte de contribuição e o Brasil é o único que pede para dobrar de tamanho. A empresa está apostando muito, estamos abrindo novas frentes. Estamos olhando para o mercado local para a gente reforçar o ecossistema localmente justamente porque o Brasil está junto com Itália entre os países em que a empresa tem uma aposta mais forte”, frisa Bernardino.
O executivo pondera que, apesar de termos um mercado concorrido, o Brasil também tem potencial em termos de budget. “É o terceiro maior budget dos países que estamos, então a empresa entende que a gente pode e deve aproveitar um pouco mais.”
Mas toda a expectativa vem com desafios. Um deles é a rentabilidade. Bernardino diz que não faz parte da cultura da empresa vender “a qualquer custo”. Por não abaixar os preços, é preciso crescer oferecendo novos negócios, aumentando portfólio e reforçando a equipe.
Para isso, a companhia está investindo em dados, IA e nuvem, tanto em termos de equipe, quanto na tentativa de aumentar seu ecossistema. Outra forma avaliada é o crescimento inorgânico, para acelerar o processo.
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