Marcos Stahl, CIO da Fundação Bradesco, lidera transformação digital com impacto social
Em maio de 2023, Marcos Braga Stahl embarcou em uma jornada inédita em sua carreira: após quase duas décadas no setor privado tradicional, assumiu sua primeira posição no terceiro setor, como CIO da Fundação Bradesco. A organização é hoje o maior projeto social privado do Brasil, com mais de R$ 1 bilhão investido anualmente em 40 unidades escolares, impactando mais de 42 mil alunos.
Apesar do trabalho social importante desenvolvido ao longo de 68 anos, a organização sofria com uma grave defasagem de sua estrutura de tecnologia. Após mais de 20 anos de desatualização, a adoção de novos equipamentos, a revisão de processos de governança e segurança e até adequações à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) estavam no topo da agenda da TI e começaram a sair do papel com a chegada de Stahl e o “Projeto ABC”.
Leia também: Cláudia Marquesani, CIO da Copa Energia e ex-Petz, fala sobre o legado de transformação
Foi por sua liderança nesse desafio de transformação digital que o executivo conquistou o prêmio Executivo de TI do Ano 2024, do IT Forum, na categoria Educação. “Como líder de tecnologia, eu pensava: como podemos ser portadores de uma cultura tecnológica se não temos tecnologia dentro de casa? Primeiro, precisávamos trazer o que há de mais moderno, fazer o dever de casa, para então expor isso externamente e nos orgulharmos”, avaliou Stahl.
O projeto de digitalização da Fundação Bradesco, no entanto, não começou exatamente pela tecnologia. Antes de introduzir novas ferramentas e atualizar sistemas, foi necessário transformar a mentalidade das pessoas. Segundo o executivo, o marasmo tecnológico enfrentado pela organização ao longo dos anos anteriores havia impactado a moral da equipe de TI, minando a confiança e acomodando os times.
“Algumas tentativas de adoção de conceitos ágeis já haviam sido feitas, mas não foram bem implementadas. Foi preciso um grande esforço de convencimento para que as equipes entendessem a importância desses conceitos e acreditassem que a transformação era possível.”
O trabalho de convencimento, segundo o executivo, teve de ocorrer em nível individual e foi um exercício de suas habilidades de liderança. Após sua chegada na empresa, o CIO conversou com cada membro da equipe, além de outros líderes, para explicar a visão de transformação. Também foi elaborado um plano estratégico de TI para o período de 2023 a 2026, que inclui a revitalização de sistemas, a modernização de toda a infraestrutura de data center com a adoção de serviços em nuvem, além de ações em cibersegurança e adoção de inteligência artificial (IA).
Alguns resultados já começam a aparecer, como uma rotina de feedback e reuniões trimestrais de resultados que energizaram a equipe novamente. O tempo de entrega foi reduzido consideravelmente com o uso de ferramentas como o Monday, e novos equipamentos estão sendo entregues mais rapidamente às escolas. Com a implementação do ServiceNow, a estimativa é de que o tempo de resolução de chamados também caia de 35 dias para dois dias.
“A tecnologia está disponível para todos, mas transformar a vida das pessoas é o que realmente faz a diferença.” Para o próximo ano, o executivo prevê um foco em tecnologias que serão entregues às escolas, continuando a impactar os alunos atendidos pela Fundação Bradesco.
Por fim, reflete sobre o impacto pessoal que a jornada trouxe. “É encantador trabalhar no terceiro setor”, compartilhou Stahl. “Cada criança tem uma história, um contexto, uma dificuldade. Quando você coloca no seu propósito não apenas o que está fazendo pela instituição, mas para aqueles que precisam, isso é muito gratificante.”
*Texto originalmente publicado na Revista IT Forum, disponível aqui.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!