Meditação: como um simples respirar afasta os pensamentos negativos

Quem já tentou, sabe. Para iniciantes, meditar não é nada fácil. Primeiro porque o tempo da meditação é esquisito. Cinco minutos parecem durar meia hora. E nunca temos meia hora livre, mesmo que sejam cinco minutos. É confuso. O problema é que, hoje em dia, nossas cabeças funcionam na velocidade da luz. Enquanto estamos quietinhos, de olhos fechados e respirando, pensamentos se atropelam, se acotovelando para entrar na nossa mente. Ainda tem os desafios físicos. Enquanto estamos imóveis, buscando a paz, vem aquela coceira no cotovelo, um pigarro na garganta ou a dúvida: “Onde coloco a língua?”. O fato é que, vira e mexe, eu tenho pensamentos intrusivos, daqueles do mal, sabe? Por exemplo: “Ai, eu não devia ter falado isso”, “vixi, esqueci de entregar minha coluna” ou “nossa, minha prima tá tão magra e eu aqui comendo chocotone”. Com eles, vêm emoções como culpa, tristeza e arrependimento. Alguém me disse que o segredo para expulsar esses pensamentos era arrumar espaço livre na mente. Mas como? Me-di-tan-do.

Enrolei, mas resolvi experimentar. Primeiro tentei as meditações guiadas. Achei ótimo, mas, como sou rebelde, decidi fazer um estilo livre mesmo. Vou contar para vocês a minha técnica, que é absolutamente autoral e não tem nenhum valor científico. O primeiro lance é dominar o tempo. De cara, coloco os minutos que pretendo meditar no timer do celular. Essa é uma forma de saber que posso relaxar, porque aquilo não vai durar para sempre. Mas meu verdadeiro segredo é: comece com um minuto. Sim, 60 segundos. Vão dizer que não dá tempo de relaxar. Verdade, mas, para mim, foi o início do meu relacionamento com a meditação. Depois dos dias de um minutinho, passei para três. Depois, mais autoconfiante, pulei para cinco, até que dei um salto quântico para 10 minutos e depois 15, onde estou hoje. Nem vem me dizer que é pouco, porque, para mim, tem sido na medida.

Mas o que fazer durante a meditação? A instrução geral é: “Só preste atenção na respiração”. Simples, né? Só que não. Eu faço assim: Me sento com as costas eretas ou me deito mesmo (não sei se está certo ou não, mas para mim fica bom) e fecho os olhinhos. Aí começo a respirar (como se já não estivesse fazendo isso antes). O meu truque é fazer diversos tipos de respiração. Ao entrar um pensamento, tento não julgar, não me apegar e voltar a focar no entra e sai do ar. Rimou. Mas é aí que entra o diferencial do meu método: mudar a modalidade da respiração toda vez que vem algo à mente. Lembrou que acabou o papel alumínio? Muda o jeito de respirar. Algumas ideias:

  • O básico: inspiro profundamente e expiro lentamente. Importante: até o finzinho.
  • Inspiro e depois solto ar entre os dentes, fazendo um chiadinho.
  • Enquanto inspiro, encho a barriga e, quando expiro, puxo o umbigo para dentro.
  • No final de uma inspiração ou expiração, prendo a respiração e solto um pouco antes de desmaiar.
  • Essa é legal: puxo o ar por uma narina e solto pela outra. E vice-versa. Importante: tampe um dos lados com o dedo.
  • Solto o ar em uma bufada ou, até mesmo, em uma bafada.
  • Às vezes bocejo no meio. É bom também.

Durante o processo, vá relaxando o corpo, principalmente os ombros, onde carregamos o mundo. O fato é que meditar é um desafio. Mas, encará-lo, tem saído melhor do que a encomenda.