Com soluções em low-code, Mendix planeja reduzir o gap de talentos no Brasil

Cinco pessoas posam juntas para uma foto em um ambiente interno com iluminação aconchegante. O grupo é composto por três homens e uma mulher, todos vestidos de maneira elegante, com blazers, camisas sociais e calças formais. O chão apresenta um tapete colorido com padrões geométricos. O teto tem um acabamento rústico de madeira, e pequenas luzes criam uma atmosfera acolhedora. Todos estão sorrindo, transmitindo um clima amigável e profissional.

O setor brasileiro de tecnologia enfrenta um dilema: a necessidade de inovar versus a dificuldade de encontrar talentos. A corrida pela transformação digital, iniciada há alguns anos, gerou uma lacuna significativa para as empresas. Uma pesquisa realizada pelo Gi Group Holding, em parceria com a Universidade Politecnico di Milano e a INTWIG Data Management, revelou que 43,7% das organizações no país enfrentam “um pouco” ou “em grande medida” dificuldades para encontrar profissionais com habilidades digitais avançadas.

E a tendência é que essa carência aumente. O estudo divulgado pela Brasscom, “Demanda de Talentos em TIC e Estratégia ΣTCEM”, aponta que as empresas precisarão de aproximadamente 797 mil profissionais entre 2021 e 2025, com um déficit anual estimado em 106 mil pessoas.

Percebendo uma oportunidade de expandir seus negócios nesse contexto, a Mendix, empresa de soluções low-code do grupo Siemens, pretende triplicar seus investimentos no mercado brasileiro nos próximos anos.

“Além da escassez de talentos para novos desenvolvimentos, percebemos que muitas companhias necessitam de profissionais para migrar seus sistemas legados para tecnologias mais modernas. Nesse cenário, o low-code se apresenta como a ferramenta ideal para simplificar os treinamentos e acelerar o ciclo de desenvolvimento de aplicações”, afirmou o CEO da companhia, Raymond Kok, em entrevista ao IT Forum.

O executivo destaca que o uso dessa tecnologia também facilita a aproximação entre as áreas de negócios e TI, uma vez que, por se tratar de um modelo mais visual, o corpo diretivo consegue compreender melhor o que está sendo projetado. Além disso, a empresa planeja lançar uma nova plataforma para auxiliar no desenvolvimento de inteligência artificial e IA generativa.

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A M.AI.A (Mendix AI Assist) está programada para chegar ao mercado em julho deste ano e promete interagir com os desenvolvedores para criar até 80% das aplicações necessárias para uma inteligência artificial. Atuando como um “copilot” da Mendix, a ferramenta trará maior automação ao processo.

De acordo com Kok, o low-code é o futuro mais viável para permitir inovação e sustentabilidade nas empresas. Com as tecnologias evoluindo e se transformando cada vez mais rapidamente, ele enxerga as próximas gerações de profissionais de TI como generalistas. “Acredito que, com o tempo, muitas linguagens de programação deixarão de existir, porque não temos mais tempo para investir ’10 mil horas’ e nos tornarmos especialistas em algo.”

O CEO, assim como outros executivos da empresa, veio ao Brasil esta semana para expandir os negócios e prospectar novos clientes. Em um evento realizado nesta terça-feira, 19 de março, a Mendix, em parceria com a Siemens e a TrueChange, reuniu 35 pessoas, entre clientes e potenciais parceiros. Também estiveram presentes na reunião o CEO da TrueChange, Lázaro Pinheiro, Daniel Scuzzarello, vice-presidente da Siemens DISW, e Matthew Garst, vice-presidente de Vendas da Mendix América.

Durante o encontro, Garst afirmou que a Mendix pretende investir, no mínimo, o dobro no Brasil, ampliando sua presença física em eventos, aumentando o número de funcionários e expandindo sua rede de parceiros no país. “O Brasil é o nosso segundo maior foco, depois dos EUA. Estamos nos dedicando, principalmente, a estabelecer contato com bancos, varejo, seguradoras e o governo”, declarou.

Os próximos passos para essa expansão, segundo o executivo, incluem a adaptação da linguagem dos treinamentos para o português brasileiro e a adequação às regulamentações específicas de nuvem no país.

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