Mercado de nuvem brasileiro é atraente para grandes provedoras

Para a AWS e para a Huawei a resposta é somente uma quando perguntados sobre a importância do mercado de nuvem brasileiro para as companhias: extremamente importante. Howard Wright, vice-presidente e head global da Start Ups na AWS, afirma que, tipicamente, para onde o Brasil vai, parte da América Latina também vai. “Nós reconhecemos que existe um certo empreendedorismo, metodologia ágil, existe uma teimosia em termos de fazer as coisas que o povo brasileiro gostaria de maneira personalizada.”

Essa é a mesma opinião de Yang Hua, presidente da Huawei Cloud Brasil. “O mercado brasileiro é muito aberto. Nós investimos muito e isso significa vendas, mas também investimos em qualidade. Por exemplo, temos dois data centers aqui e queremos desenvolver muitas soluções aqui”. A companhia, que também está presente em países como México, Chile e Argentina, tem o Brasil como o seu maior mercado na América Latina.

Entretanto, ainda que o olhar para o Brasil seja enfatizado, as incertezas econômicas globais trazem desafios para o mercado. Howard frisa de que os produtos das startups devem ser mais nítidos e refinados, o pitch deck para os investidores ótimo e extremamente transparente com a sua equipe.

“Não queremos ser apenas um fornecedor de nuvem. Queremos ser um parceiro estratégico para as empresas fazerem coisas na nuvem. Nos últimos dois anos, investimos mais de US$ 2 bilhões em créditos ativos para startups. Portanto, estamos fornecendo experiência em dinheiro, tanto comercial quanto técnica”, diz ele.

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Os créditos, explica o executivo, dependem da maturidade de cada empresa. Uma startup pode precisar em um momento de cinco mil crédito e depois mais 25 mil, enquanto uma companhia em um estágio mais maduro já necessite de 100 mil créditos.

O programa Spark, da Huawei, também visa ajudar as startups com suporte financeiro, técnico, treinamentos e mentorias. “Nós usamos este programa para sentir as dificuldades fornecidas pelos recursos de nuvem para que as startups usem as nossas plataformas e aprendam a não considerá-las como um ‘custo’”, explica Yang.

A visão da companhia, diz o presidente, é de que a própria Huawei já foi uma startup anos atrás, assim como todas as outras grandes empresas. Por isso, está disposta a ajudar as startups de hoje a trabalhar e crescer em parceria. “E é claro que queremos investir em startups não apenas pela tecnologia, mas também comercialmente para ajudar as pessoas que estão conosco.”

E, se antes, os protagonistas da AWS eram as fintechs, nos últimos oito meses a empresa virou o seu foco para a IA generativa. “Esse é um momento único na história da tecnologia com o poder transformacional da IA. E você vê todas as grandes empresas se posicionando para serem criativas”, revela Howard. Por isso, este é um ótimo momento para as startups serem disruptivas para, possivelmente, se tornarem intermediadoras, alguns dos típicos parceiros incumbentes.

Se pudesse ler o futuro, Howard brinca, diria que após o momento de desaceleração dos investimentos em startups que passamos hoje, poderá ter um período de otimização de custos oferecidos. “Estamos, agora, no momento entender o seu produto, entender o mercado e fazer investimentos que vão render em vez de jogar dinheiro em qualquer coisa”, finaliza ele.

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