Mercado de PCs no Brasil tem queda de 5% no terceiro trimestre, aponta IDC

O mercado brasileiro de PCs registrou uma queda de 5% no volume de computadores vendidos entre os meses de julho, agosto e setembro, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, segundo novo levantamento do IDC. No total foram vendidos cerca de 2,18 milhões computadores. Apesar da baixa, o volume vendido representa um crescimento de 10% frente ao segundo trimestre deste ano.

Do total, 585 mil desktops foram comercializados no período, o que representou uma alta de 35% sobre o Q3-2021, mas que não foi suficiente para compensar a queda de 14% em notebooks, que só venderam 1,59 milhão na mesma comparação.

A IDC, entretanto, reforça que os resultados do mercado corporativo foram positivos, com crescimento de 12% em relação ao terceiro trimestre de 2021 e 1,06 milhão de unidades vendidas. Já o varejo sofreu com uma queda de 17% e fechou o período com 1,12 milhão de máquinas comercializadas.

Na análise de Reinaldo Sakis, gerente de Pesquisa e Consultoria de Consumer Devices da IDC Brasil, “esse cenário pode ser atribuído ao movimento de entregas para o governo, que devido ao ano eleitoral antecipou suas compras, e às altas da inflação e taxas de juros, que diminuíram o poder de compra dos consumidores”.

Quanto aos preços, no terceiro trimestre de 2022 os custos médios dos desktops e notebooks diminuíram e foram similares, de R$ 3.420 e R$ 3.470, respectivamente. “Durante o trimestre, os fabricantes aproveitaram algumas regalias fiscais, a relativa melhora do cenário macroeconômico e as estratégias de preço agressivas dos varejistas para reduzir os preços e tentar performar melhor”, avalia Sakis.

A receita total do mercado de computadores no terceiro trimestre de 2022 foi de R$ 7,55 bilhões, cerca de 23% menor em relação ao mesmo período do ano passado.

A IDC Brasil avalia que a queda de 5% no 3º trimestre indica uma leve retração do mercado de PCs no restante do ano em relação a 2021. “A deterioração econômica global pressiona muito o Brasil, impactando principalmente os juros e a inflação. Há também de se pesar o contexto das eleições, que mobiliza a sociedade e impacta as decisões de investimento das empresas”, diz Sakis.