Microsoft fecha acordo com CO280 para remover 3,7 milhões de toneladas de carbono

Placa externa da sede da Microsoft em um dia ensolarado, exibindo o logotipo da empresa com o símbolo de quatro quadrados coloridos (laranja, verde, azul e amarelo) à esquerda e o nome 'Microsoft' em letras brancas à direita. Ao fundo, folhagens e um prédio de vidro desfocado.

A Microsoft comprou 3,7 milhões de toneladas de créditos de remoção de carbono da startup CO280, segundo informações do TechCrunch. O volume é suficiente para compensar 12 anos de emissões da primeira planta da CO280, que deve começar a operar em 2028 em uma fábrica de papel localizada na costa do Golfo, nos Estados Unidos.

O movimento se alinha à meta pública da Microsoft de se tornar uma empresa carbono-negativa até o fim desta década, removendo da atmosfera mais gases de efeito estufa do que emite. Em 2023, a empresa registrou a emissão de 17,1 milhões de toneladas de CO₂, e desde então vem intensificando a compra de energia renovável e selando acordos para remoção de carbono como forma de compensação.

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De acordo com a reportagem, o projeto com a CO280 é o primeiro de uma série de 12 iniciativas planejadas pela startup. Jonathan Rhone, CEO e cofundador da empresa, contou ao TechCrunch que viu uma oportunidade evidente ao integrar tecnologias de captura de carbono à indústria de celulose e papel, que libera cerca de 100 milhões de toneladas de CO₂ biogênico por ano.

A captura será feita com tecnologia da SLB Capturi, joint venture entre a SLB (ex-Schlumberger) e a norueguesa Aker Carbon Capture. O sistema será instalado na caldeira de recuperação da fábrica, equipamento que libera carbono originalmente absorvido pelas árvores durante o crescimento. A lógica do projeto é capturar esse CO₂ antes que ele seja devolvido à atmosfera, transformando um processo natural em uma solução climática.

Segundo a CO280, o carbono capturado será transportado por um oleoduto de cerca de 64 quilômetros até um aquífero salino, onde será armazenado de forma permanente. Nessa primeira fase, o sistema deve remover cerca de 40% das emissões biogênicas e 30% do total de carbono da planta. A empresa já planeja uma segunda etapa, que poderá dobrar esses índices.

O projeto será desenvolvido em modelo de sociedade com as fábricas, que também terão participação nas receitas geradas pela venda dos créditos, hoje cotados a aproximadamente US$ 200 por tonelada. A iniciativa também se beneficia de incentivos fiscais previstos na Lei de Redução da Inflação dos Estados Unidos, o que reduz ainda mais o custo final para os compradores.

Essa não é a primeira grande venda da CO280. A startup já havia negociado créditos com a Frontier, iniciativa apoiada por empresas como Stripe, Google, Shopify e Meta para fomentar o mercado emergente de remoção de carbono.

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