MP do TCU pede apuração nos indícios de irregularidade em pagamentos a Michelle Bolsonaro

O subprocurador-geral Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU), apresentou nesta segunda-feira, 15, uma representação para que haja uma apuração sobre os indícios de irregularidades nos pagamentos realizados durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e que beneficiaram a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. No despacho obtido pela equipe de reportagem da Jovem Pan, o servidor pede que haja uma força-tarefa com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), junto à Polícia Federal (PF), caso as investigações apontem para a utilização de dinheiro público para pagamento de contas pessoais, além da responsabilização dos envolvidos e da devolução dos recursos públicos. O intuito da operação seria “apurar o modus operandi e o rastreio dos recursos despendidos com pagamento em dinheiro em espécie durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), especialmente relacionados a despesas da ex-primeira-dama”. Furtado ainda diz ser “evidentes que o pagamento de despesas com ‘dinheiro vivo’ busca driblar o controle” dos órgãos fiscalizadores. “A utilização de dinheiro vivo, per si, não é ilegal, mas certamente causa suspeita, ainda mais em se tratando de possíveis recursos públicos”, pontuou o subprocurador-geral.

Em resposta, o assessor ex-presidente Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou nas suas redes sociais que há uma campanha de constrangimento ao ex-mandatário. “Na falta de devolução de bilhões de recursos da Petrobras e outras estatais como ocorrido nos Governos do PT, querem constranger o Pr @jairbolsonaro e sua família por conta de despesas cotidianas que em absoluto vieram de recursos próprios. A VERDADE prevalecerá!”, justificou. Na última semana, o portal ‘Uol‘ publicou que a Polícia Federal havia encontrado imagens de comprovantes de depósito de dinheiro vivo em troca de mensagens no celular do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, Mauro Cid. No total, os repasses atingem o valor de R$ 8,6 mil e seguem métodos similares aos utilizados em casos de peculato, com depósitos fracionados e com valores pequenos, de modo a não acionar os órgão de fiscalização e controle ou identificação das irregularidades. Como foram realizados em dinheiro vivo, não há identificação da origem dos valores em questão.