Multicloud preocupa 97% dos profissionais de operações de TI

A complexidade dos ambientes digitais que suportam as aplicações de missão crítica é cada vez maior, pressionando os profissionais das áreas operacionais de TI (XOps). Segundo novo estudo da F5, 97% dos XOps entrevistados se preocupam com a disponibilidade do ambiente multicloud (ou multinuvem) e consideram que não contam com os insights necessários para garantir a qualidade dos serviços de aplicação entregues a usuários internos e externos (clientes e parceiros).

O conceito de XOps engloba dezenas de áreas que vão do DevOps (operações de desenvolvimento de aplicações) a AIOps (operações de inteligência artificial), passando por SER (Site Reliability Engineering) e CloudOps (operações de ambientes de computação em nuvem). Todas as áreas representadas pelo termo XOps buscam soluções de automação e orquestração que ofereçam uma visão unificada entre os times e entre uma grande variedade de ferramentas.

Essa abordagem consolida, por exemplo, a telemetria. Mesmo que os dados operacionais sejam gerados por plataformas variadas, é possível padronizar as métricas de modo a apresentar, numa só interface, dados que fazem sentido imediato.

“A aceleração dos negócios digitais está levando as empresas brasileiras a estudarem as vantagens de se avançar de um nível operacional pontual para a visão de 360º que incorpora todo o XOps. Este estudo da F5 aponta os desafios desta jornada”, destacou Rafael Sampaio, Solutions Engineer da F5 Brasil.

Sampaio lembra que as aplicações são o coração dos negócios e rodam de forma distribuída no ambiente multinuvem. “Se essa aplicação estiver lenta, é necessário identificar a causa raiz da lentidão e em que ponto, seja a rede, a aplicação, a infraestrutura ou a segurança, está ocorrendo a falha. Só assim é possível resolver esse incidente o mais rapidamente possível”, destaca.

Em uma resposta de múltipla escolha, 51% dos entrevistados disseram não ter informações sobre a causa raiz da lentidão, enquanto 46% confessam não saber se o que está por trás de um incidente é um ataque. Outros 33% afirmam não conseguir diferenciar os bots “do bem” – caso de bots do Google, por exemplo – de bots “do mal”, componentes de software usados para violar ou abusar da aplicação, roubando dados.

“Fica claro que, embora as organizações contem com dezenas de soluções, o uso ineficiente da automação e orquestração coloca a empresa numa situação de vulnerabilidade, algo que tem impacto direto sobre os negócios”, resume Sampaio. “É o oposto do mundo ‘ágil’ tão buscado pelas empresas”.

Ao responder sobre qual seria seu sonho de gestão de aplicações de missão crítica, 38% dos profissionais de operações entrevistados disseram que o mais importante é garantir a disponibilidade dessas plataformas complexas, espalhadas por nuvens públicas, privadas e híbridas. Nesta pergunta de múltipla escolha, 45% afirmaram buscar a redução do TCO (Total Cost of Ownership) das operações que suportam essas plataformas críticas, enquanto 46% se preocupam com a facilidade da gestão deste universo.

“Há uma clara conexão entre esses pontos”, observa Sampaio. “São várias frentes de batalha enfrentadas simultaneamente. A vitória virá para quem contar com profissionais de operações que dominem melhor as ferramentas, além de soluções que usam IA e ML para simplificar esta jornada”.

O relatório da F5 foi baseado em 500 entrevistas com responsáveis por operações de cloud computing, segurança, desenvolvimento de aplicações e inteligência artificial de todo o mundo, sendo 45 entrevistados do Brasil.