Musk ganha força com Trump e X colhe os frutos

A imagem mostra Elon Musk, o CEO de empresas como Tesla, Xai, SpaceX. Ele está com cabelo curto e um leve sorriso, usando um terno escuro e uma camisa branca. Ele está sentado e posando com as mãos unidas, em um gesto de reflexão, em um fundo escuro e simples. Sua expressão facial transmite seriedade e foco, sugerindo um ambiente profissional, possivelmente durante uma entrevista ou palestra. A iluminação suave destaca seu rosto e postura (Elon Musk, dell, x, xai, starlink, spacex, tiktok)

Em recente coletiva de imprensa na Casa Branca, uma nova figura chamou atenção dos repórteres presentes: John Stoll, recém-nomeado chefe de notícias do X. Ele ocupava uma cadeira reservada para a “nova mídia”, espaço criado pelo governo para ampliar a diversidade de vozes na cobertura do poder. Foi o próprio secretário de imprensa quem o apresentou e deu a ele a primeira pergunta.

A presença de Stoll é simbólica de uma virada maior: a plataforma X vem se tornando uma das principais vias de comunicação do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impulsionada pela atuação de Musk como conselheiro informal e, mais recentemente, como líder do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Agências como Receita Federal e o Departamento de Defesa passaram a usar contas na plataforma para receber denúncias de desperdício de verbas públicas — todas marcadas com o selo cinza que identifica perfis oficiais.

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Essa nova visibilidade deu fôlego à plataforma, que enfrenta dificuldades financeiras e de reputação desde que Musk a comprou por US$ 44 bilhões no fim de 2022.

Ele demitiu mais de 80% da equipe e relaxou regras de moderação, o que levou à fuga de anunciantes. Mas com a proximidade do governo Trump, marcas como Amazon e Apple estão voltando a investir. Em fevereiro, bancos conseguiram vender bilhões em dívidas da empresa, movimento impulsionado pela expectativa do mercado com a influência política de Musk.

Apesar disso, os desafios continuam. A receita com anúncios ficou abaixo do esperado no primeiro trimestre, e Musk admitiu, em e-mail interno, que a empresa “mal estava empatando”. No fim de março, ele anunciou a venda da X para sua startup de inteligência artificial, a xAI, em uma tentativa de unir uma empresa estagnada a outra em crescimento. A operação avaliou a X em US$ 33 bilhões, bem mais que os US$ 12 bilhões estimados pela Fidelity em dezembro, mas ainda aquém do valor pago na aquisição.

Internamente, Musk promove a plataforma como o novo veículo de mídia independente, em oposição à imprensa tradicional. “Vocês são a mídia agora”, escreveu em janeiro, ao divulgar um vídeo no qual defende o X como o futuro do jornalismo cidadão.

Essa transformação não passa despercebida. “Ele está moldando o X como mídia oficial do governo, sem qualquer tipo de controle”, alerta David Kaye, professor de Direito da Universidade da Califórnia.

Na prática, a plataforma vem se tornando uma ponte direta entre conservadores e o governo, com Musk respondendo publicamente a reclamações virais sobre desperdício e ineficiência. A senadora republicana Joni Ernst se autodenominou “a principal watchdoge do Senado”, ganhando elogios de Musk e emojis de bandeira dos EUA.

A criação da cadeira de “nova mídia” na Casa Branca foi uma mudança deliberada da administração Trump. A ideia é dar espaço a influenciadores, criadores de conteúdo e plataformas alternativas. Em sua primeira participação, Stoll agradeceu à Casa Branca pela “abertura e inovação” e questionou a confiança do governo em enfrentar Vladimir Putin.

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