O jantar surpresa de Haddad e Galípolo em Brasília
O ministro da Fazenda e o futuro presidente do Banco Central não eram aguardados no local. Um jantar surpresa entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, na noite desta terça-feira (3), surpreendeu os convidados de dois eventos simultâneos em um restaurante de luxo, na capital federal. A Associação Brasileira de Supermercados e representantes do setor de farmácias realizaram eventos individuais no mesmo restaurante e no mesmo horário, porém em ambientes separados.
Durante os jantares, os convidados foram surpreendidos com a chegada do ministro Fernando Haddad, acompanhado de Gabriel Galípolo. A dupla solicitou ao atendimento do restaurante um ambiente reservado e jantou sem companhias. De acordo com informações de parlamentares ouvidos por esta coluna, após o jantar, Haddad foi abordado na saída da sala e levado até os parlamentares da Frente de Comércio e Serviços.
Em clima de otimismo, Haddad não evitou elogios à agenda econômica do governo. “O Brasil está voando”, disse Haddad a um dos parlamentares presentes. Haddad ainda seguiu apontando números de crescimento da economia e disse estar confiante com o crescimento até o final de 2024. Gabriel Galípolo não esperou por Haddad e saiu sem falar com os presentes no jantar. Fontes também ouvidas por esta coluna revelaram que o clima ficou pesado, já que a presença de Haddad não era aguardada no local.
Horas antes, o plenário havia recusado a tentativa do governo de aprovar requerimentos de urgência para discutir o corte de gastos do governo federal. O tema deverá ser discutido novamente nesta quarta-feira e tem sofrido várias críticas pela oposição. O candidato à presidência da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta, do Republicanos, também participou do jantar oferecido na noite desta terça-feira.
O futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, informou nesta segunda-feira (2) que a autoridade monetária não vai segurar o dólar “no peito” e que a alteração é um dos pilares da matriz econômica. O dólar chegou à marca de R$ 6,06 nesta segunda. “É uma discussão que às vezes vai surgir, de que o país tem US$ 370 bilhões de reservas, por que não segura [o câmbio] no peito? Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona”, disse Galípolo durante um evento organizado pela XP.