O papel de TIC ainda é tático-operacional
A lista de projetos dos 100 CIOs de destaque da lista da Computerworld em 2009, observa-se que 49% foram projetos destinados aos processos internos das empresas, 19% para projetos de infra-estrutura, 19% para projetos de compliance e 13% para desenvolvimento de novos negócios. Embora seja um cenário previsível para 2009, onde as empresas se preparam para enfrentar a crise econômica internacional, mostra que poucas empresas aproveitaram o potencial de inovação de TIC para desenvolver novos negócios e aumentar seu faturamento em tempos de crise.
Figura 1. Distribuição de projetos dos 100 CIOs de destaque
da revista Computerworld Brasil em 2009.
O relatório da Computerworld mostra que 81% das empresas destinaram entre 0,5% a 3% do faturamento bruto para TIC, com 57% entre até 1,5%. Apenas 19% das empresas pesquisadas destinam mais de 4% do faturamento bruto para TIC.
Figura 2. Percentual de TIC sobre o faturamento bruto das empresas
no Brasil em 2009
Um relatório liberado pelo Gartner Group em janeiro de 2010, mostra que houve uma queda de 8,1% nos orçamentos de TIC nas empresas no cenário internacional e que em 2010 haverá um crescimento de apenas 1,3%. Essa previsão mostra que os recursos de TIC ainda ficaram abaixo do período pré-crise. A pesquisa aponta que os investimentos das empresas serão para a melhoria de processos de negócios, redução de custos e aumento do uso de ferramentas de análise de informação. Na área de infra-estrutura, os investimentos serão em virtualização cloud computing e ferramentas de web 2.0.
Comparando os dois relatórios observamos que 2010 seguirá a tendência de 2009 no cenário internacional. No Brasil, com a previsão de aumento de mais de 6% do PIB e a entrada de capital externo espera-se um cenário mais otimista. Existe uma previsão que as empresas que adiaram o lançamento de ações públicas (IPO) façam em 2010. Isso criará um forte movimento em TIC para ações de compliance e busca de maior eficiência das empresas que precisarão mostra competência aos investidores.
Essas informações mostram que a TIC ainda se situa numa posição tático-operacional dentro das organizações na maioria das empresas. Praticamente, os orçamentos estão focados na manutenção da infra-estrutura existente e ações de melhorias pontuais de negócios.
Para romper esse cenário, os executivos de TIC devem impor uma forte liderança, intra-empreendedorismo, comprometimento e ter habilidade para gerenciar o capital humano. A TIC deve ser gerenciada como uma empresa com métricas de desempenho de negócios e mostrar resultados de melhorias no negócio, tais como: captura e retenção de clientes, aumento nas margens de lucros dos produtos, redução de custos de logística, etc. Essas ações requerem uma estratégia sustentável e um planejamento detalhado focado no negócio da empresa.
Fonte: http://www.efagundes.com/artigos/O_papel_de_TIC_ainda_e_tatico_operacional.htm