Os lances do Rei Pelé foram eternizados pelas ondas do rádio nas vozes de lendários narradores
Para quem gosta de futebol, outubro sempre foi marcado por reverências ao Rei Pelé por causa da data do seu nascimento (23/10/1940). Quando ele morreu, em 29 de dezembro de 2022, fiz questão de escrever assim nas minhas redes: “Sentimentos ao mundo! Pelé foi o maior embaixador que o Brasil já teve e o maior embaixador de um esporte chamado futebol. As palavras do jornalista Michel Laurence, escritas quando o Rei completou 50 anos, até hoje estão na minha memória: ‘Pelé é uma palavra que não quer dizer nada em língua alguma. Hoje, não há canto do mundo que desconheça o significado dessa palavra, que virou sinônimo de ‘é o maior, é o melhor.’ Pelé já era mito e agora vira lenda! Sentimentos à família, na figura da querida Flávia Kurtz, filha do Rei”.
Eu, infelizmente, não tive a chance de ver Pelé jogar, pois nasci em 1976, um ano antes dele pendurar as chuteiras. Entretanto, desde os meus 13 anos, quando comecei a pesquisar sobre as Copas do Mundo, automaticamente passei a colecionar material relativo ao Rei: jornais, revistas, vídeos, discos e até selos postais. Tenho até hoje gravado o jogo comemorativo pelos 50 anos de Pelé, em outubro de 1990.
Durante a longa carreira como atleta, Pelé nunca se recusou a dar entrevistas e são inúmeras as que encontramos no arquivo da Jovem Pan. Nos tempos em que as emissoras de rádio lançavam discos sobre as conquistas de clubes ou da seleção brasileira, a Pan também colocou no mercado um LP para homenagear Pelé. Foi no início de 1970, em comemoração ao milésimo gol, contra o Vasco, no Maracanã, marcado em 19 de novembro de 1969.
Nesse disco, o ouvinte vai encontrar gravações raríssimas de narradores, como Pedro Luiz e Joseval Peixoto. Estevam Sangirardi faz a apresentação desse documento histórico. O título do LP é “Pelé, o Rei do Futebol”. Em uma simples busca na internet, o “bolachão” é vendido em casas de leilões por cerca de dois mil reais. Mas aqui, no “Memória da Pan”, eu coloco o link dessa raridade para que todos tenham acesso. Um detalhe importante: o conteúdo da gravação reproduz padrões sociais da época. Pelé é chamado de “menino de cor” e “crioulo Pelé”. Amanhã, postarei aqui mais um disco raro sobre o “Atleta do Século Vinte”. Como digo sempre: espero que gostem e se emocionem.
