Por que devemos superar as fragmentações para otimizar a Inteligência Artificial em benefício de todos

A imagem mostra uma mão humana tocando numa interface digital futurista, com o dedo apontando para um hexágono que contém a palavra "AI" (Inteligência Artificial) em destaque. A interface é composta por gráficos brilhantes em tons de azul e vermelho, com formas hexagonais, linhas conectivas e elementos de design tecnológico. O fundo é desfocado, enfatizando a interação entre a mão e a interface. A cena transmite um ambiente de alta tecnologia e inovação. sas, ia generativa, nvidia

Um tópico recorrente na reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, é a crescente fragmentação do nosso mundo – dentro das sociedades e entre as nações. No entanto, diante dessa divisão e desse desacordo, há uma esperança que muitos ainda compartilham: a crença de que a Inteligência Artificial (IA) levará o mundo a um progresso expressivo.

Meu trabalho em uma empresa pioneira no uso da IA em processos de negócios também me dá essa esperança: a IA tem o potencial de impulsionar o crescimento e tornar os negócios mais produtivos. Pode tornar as economias mais resilientes ao ajudar as empresas a enfrentarem situações de turbulência – seja por conta de crises comerciais globais, desastres naturais ou conflitos regionais.

A Inteligência Artificial também pode desempenhar um papel fundamental ao contribuir para nossa capacidade de atingir as metas de sustentabilidade, enfrentar as mudanças climáticas e mitigar seus impactos. Embora muitos reconheçam o potencial positivo da IA, a crescente fragmentação do nosso mundo reduz muito nossa capacidade de explorar ao máximo as oportunidades que a IA nos apresenta.

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Podemos dizer que os benefícios da IA são proporcionais aos dados que ela pode acessar e com que é capaz de trabalhar. Quanto mais restrições, limitações e fronteiras políticas forem impostas à Inteligência Artificial, menos impactos positivos ela poderá gerar para países e empresas. A Inteligência Artificial não será capaz de prosperar em um mundo fragmentado. É isso que chamo de desafio ao progresso da IA.

Enfrentando o desafio ao progresso da IA, passo a passo

Encontrar soluções para algo tão vasto e complexo quanto a fragmentação global exige a divisão do problema em desafios menores e individuais, que sejam mais fáceis de superar. Como podemos tornar a IA uma ferramenta mais forte para avançar? Como podemos superar o desafio ao progresso da IA ​​em um movimento passo a passo?

1. Iniciar pelo nível das empresas

Devemos começar dentro de casa – no nível de cada empresa. A migração para a nuvem é um primeiro passo fundamental. A nuvem torna os dados acessíveis para a IA, de forma sistemática e abrangente; e as soluções de nuvem podem ser facilmente (ou mesmo automaticamente) atualizadas com as últimas inovações no campo da IA. Além disso, ferramentas integradas de software de nuvem oferecem um ambiente padronizado para dados e processos; facilitam a manutenção de dados estruturados, limpos e coerentes por toda a empresa e, consequentemente, o uso deles pelas aplicações de IA.

2. Criar um ecossistema setorial

O segundo passo para maximizar o potencial da IA ​​é reunir empresas em um ecossistema setorial. Para que possam ser mais produtivas, resilientes e sustentáveis, as empresas precisam trocar informações com fornecedores – às vezes milhares deles – bem como com clientes e parceiros de inovação. Na era da IA ​​ empresarial, a necessidade de desenvolver redes inteligentes de negócios é mais importante do que nunca. Quanto mais amplamente os dados puderem ser compartilhados entre empresas, melhores e mais impactantes poderão ser os resultados da IA. Todo o ecossistema lucrará em termos de competitividade e poder de inovação.

3. Construir estruturas internacionais

O terceiro passo é construir estruturas internacionais que permitam o avanço da inovação em IA de forma responsável. Governos e órgãos reguladores podem reduzir barreiras desnecessárias para a troca de dados dentro e entre países. Em cooperação com variados setores, os agentes públicos também podem trabalhar para alinhar e harmonizar regulamentações tecnológicas sempre que possível, em especial entre as principais potências econômicas da América do Norte, China e Europa.

Além disso, devemos gerar confiança. A falta de confiança talvez seja o principal motor da fragmentação global e o maior obstáculo para colaboração. Ao unir forças, empresas internacionais podem trabalhar com regras comuns nas áreas de uso e privacidade de dados, responsabilidade e ética quando se trata de Inteligência Artificial. Essas “confederações de confiança” vão incentivar o compartilhamento de dados de modo mais amplo.

Montando o quebra-cabeça da IA

Nuvem, redes de negócios e um ambiente global mais harmonizado baseado na confiança são elementos importantes para reduzir a fragmentação e ampliar a federação. E cada um deles pode ajudar as organizações associadas a colherem benefícios muito maiores proporcionados pela IA.

É como montar um quebra-cabeça de 10.000 peças. Não é fácil começar, nem é algo que possa ser feito de uma só vez, mas se iniciarmos com um punhado de peças encaixadas, o desenho geral vai surgindo gradualmente. Em outras palavras, à medida que o nível da federação começar a crescer, os avanços passarão a acontecer de forma mais acelerada.

Cabe a nós montarmos o quebra-cabeça da IA ​​e reduzir a fragmentação, avançando um passo de cada vez. É assim que vamos maximizar o potencial da IA, não apenas para alguns, mas para muitos.

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