Do padrão mecanicista a era da regeneração

Presente em muitos debates desde o início do ano, as pautas ESG ainda geram divergências entre os empresários. Mesmo reconhecendo sua importância, uma pesquisa da PWC aponta que 40% dos líderes enxergam falta de equilíbrio entre as ações de cunho ambiental, social e/ou governamental e as metas de crescimento das empresas. Além disso, 31% têm dificuldade em mensurar o ROI potencial dessas iniciativas.
Para Bruna Rezende, fundadora e CEO da Iris, consultoria de gestão empresarial, essa percepção ainda faz parte de um processo de transição entre o greenwashing e a green honesty. “Estamos saindo de uma postura romantizada do ESG e migrando para uma abordagem que considera tanto os acertos quanto os erros, para que possamos tomar decisões mais conscientes.”
Essa mudança, no entanto, não parece ser uma escolha. Com o agravamento da crise climática e o aumento da atenção coletiva para questões sociais e igualitárias, as empresas precisam se adaptar rapidamente à nova realidade. O desafio, agora, não é mais perceber a necessidade de práticas ESG, mas sim incorporá-las à sustentabilidade financeira das organizações.
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Bruna denomina esse movimento de economia regenerativa, em que os líderes aprendem a gerar oportunidades de negócio a partir de práticas de regeneração e ESG, ao mesmo tempo em que mitigam os riscos causados pelas mudanças climáticas e sociais, como as enchentes no Rio Grande do Sul em abril de 2024. “Existe uma nova economia que está sendo redesenhada para incorporar esse valor socioambiental ao dia a dia dos negócios”, afirma.
Durante sua palestra na imersão Liderança de Propósito, promovida pelo Itaqui, a economista explicou que o modelo anterior deriva de uma visão externalista, que não considera o ser humano como parte integrante da natureza. Como fundadora de uma empresa que apoia esse momento de transição, Bruna destaca que o maior obstáculo é provar que essa nova perspectiva é viável.
“Hoje já temos diversos cases que auxiliam nessa compreensão, mas o principal desafio ainda é fazer com que as lideranças entendam que estamos em uma nova realidade. Esses desafios são concretos, nos afetam diretamente e, por isso, por que não internalizá-los e criar novas oportunidades de crescimento?”, reforça.
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