Paulo Francez: da inovação no MCDonald’s ao empreendedorismo

Paulo Francez, CEO da E-Deploy Foto: Divulgação

Paulo Francez trabalhou mais de 18 anos no McDonald’s e, quando chegou, em 1988, a cadeia de fastfood tinha apenas dois computadores e os restaurantes eram geridos no papel.  Nessas quase duas décadas, o executivo foi parte da jornada de transformação digital necessária na empresa que se tornou CIO.

Em entrevista ao IT Forum, ele conta que entrou no McDonald’s com 17 lojas e, quando saiu, eram 650. Na época, todas elas eram administradas de forma manual e coube a ele mudar essa realidade. O executivo criou um sistema de gerenciamento de loja programado por ele mesmo e criou o sistema de informações gerenciais e do delivery via web, fazendo do McDonald’s Brasil o 2º no mundo a vender lanches pela internet. Foi também o responsável pelo POS que se tornou o software mundial da cadeia de fastfood.

Para o sistema de gerenciamento de POS, inclusive, Francez adotou um software de dois irmãos brasileiros. O projeto foi tão bem-sucedido que o McDonald’s acabou comprando a solução para adotá-la em outros países.

Leia mais: Celso Kleber, da Conta Black: ‘Queremos mostrar que é possível fazer negócios com impacto social positivo’

Mas, em 2006, Francez achou que era o momento de sair da rede e empreender. “Nós tínhamos acabado de fazer o delivery pelo celular e eu acreditar que o mobile era o caminho”, confidencializa ele. Assim nasceu a E-Deploy.

Ainda que antes dos smartphones, a E-Deploy começou a fazer projetos de consultoria com grandes empresas, como a Natura e a Marisa. Um dos destaques foi com a Gol, no qual eles fizeram o primeiro projeto de check-in online pelo celular do País. A empresa, inclusive, foi cliente de Francez por nove anos.

“Em 2016, o Burger King nos procurou. E eles eram como o McDonald’s 20 anos antes, tudo no papel. Chamaram um ex-diretor do McDonalds para ajudá-los, ele ficou um tempo e me ligou para ajudar, fiz a consultoria e propus fazer um sistema de gestão, o BK Office. Em um ano, implementamos em todas as lojas”, explica o executivo.

Eles tinham um sistema de caixa registradora que estava morrendo no Brasil e precisam se modernizar. “Eu fui falar com aqueles irmãos e eles estavam trabalhando apenas nos EUA. Mas nos deixaram participar da concorrência com o software, mas toda a customização eu teria que fazer. Nós ganhamos a concorrência e, a E-Deploy que, até então tinha apenas o serviço de consultoria, começou a ter a parte de retail”, resume Francez.

Há quatro anos, a E-Deploy formalizou a área de varejo com o 3S Retail, um sistema completo de controle para restaurantes e, desde lá, já conta com 100 marcase em seu guarda-chuva, como Outback, Ráscal e o Grupo IMC (Internacional Meal Company), que opera grandes marcas, como KFC, Pizza Hut e Frango Assado.

Na Pizza Hut e no KFC, por exemplo, serão instalados PDV de balcão, que promovem controle de comandas, pagamentos e integração com sistema fiscal; KDS, que gere a produção na cozinha; Delivery e Totens que possibilitam a agilidade por intermédio do autoatendimento. Ao todo, 443 estabelecimentos das duas redes vão utilizar o 3S Checkout.

“Nós queremos ser o melhor em food service, por isso só atendemos esse nicho. Agora, estamos abrindo um modelo de franquias para vendas e gestão menores. Os parceiros que vão vender, suportar e instalar. Imagino expandir por aí e a E-Deploy fica com as redes maiores”, comenta Francez.

Os próximos passos de Paulo Francez com a E-Deploy

Em 2023, o faturamento da E-Deploy cresceu 35%. A empresa pretende duplicar de tamanho até o final de 2024, ano em que tem como objetivo crescer 40%. Porém, esse número já começa a parecer modesto após o primeiro contrato fechado este ano: a IMC.

Desde 2020, a E-Deploy já investiu R$32 milhões no 3S Checkout, todo esse valor vindo de recursos próprios. Uma das novidades contadas por Francez ao IT Forum é o lançamento do delivery white label, no qual as companhias poderão usar a ferramenta com sua própria customização.

“Eu também tenho um desejo pessoal de implementar IA para administração de loja. Pretendemos acabar esse projeto no começo do ano que vem. Será uma IA parceira do gerente para ajudar a melhorar o resultado do restaurante. Ela falará qual produto tem mais margem, onde poderia ganhar mais, o que acontece quando chove, qual produto tem que ter nas terças-feiras”, adianta ele.

Além disso, a E-Deploy lançou o Edy GPT, uma ferramenta de interação com clientes que usa IA Generativa para trazer respostas as dúvidas que possam ter sobre o 3S Checkout. O chatbot inteligente é mais uma opção de atendimento ao cliente. Com a IA Generativa, é possível responder rapidamente as dúvidas dos restaurantes que utilizam a plataforma ao eliminar a espera por respostas e agilizar o processo de atendimento.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!