PGR pede abertura de inquérito contra Ibaneis e Anderson Torres por ‘conduta omissiva’

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu em ofício encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o agora ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres. Também são alvos do pedido o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto e o ex-secretário de Segurança interino Fernando de Sousa Oliveira. No documento, a vice-procuradora Lindôra Araujo fala em “indícios graves” de que os quatro tenham participado de um “verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito”, em referência à invasão dos Três Poderes no último domingo, 8, e pede apuração de “conduta omissiva”.”Há indícios graves do possível envolvimento do Governador do Distrito Federal e de seus Secretários (titular e interino), bem assim do Comandante Geral da Polícia Militar, em verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito”, escreveu a vice-procuradora, em ofício encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito 4.879, que investiga diversos atos antidemocráticos.

A vice-procuradora pediu ainda a abertura de uma nova investigação na Suprema Corte, que seja limitada aos atos de vandalismo ocorridos nos último domingo para que haja adequada delimitação e individualização de condutas. Ela determina que sejam coletadas provas que demonstrem eventuais ações ou omissões de Ibaneis e dos outros três investigados. Nos últimos dois dias, Alexandre de Moraes ordenou o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo no Distrito Federal pelo prazo de 90 dias. O magistrado falou em “circunstâncias que somente poderiam ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência (…) Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”, ressaltou. Antes de ser afastado, Ibaneis já havia determinado a exoneração de Anderson Torres do cargo.