Polônia vai pedir autorização da Alemanha para enviar tanques Leopard à Ucrânia

Em meio a incerteza da Alemanha de enviar ou não tanques para Ucrânia, temendo que o exército de Volodymyr Zelensky utilize o armamento para atacar a Rússia ao invés de apenas se defender, o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, disse nesta segunda-feira, 23, que seu país pedirá permissão a Berlim para entregar à Ucrânia tanques Leopard, de fabricação alemã, para combater a invasão russa. “Vamos pedir esse acordo, mesmo que seja uma questão secundária”, disse Morawiecki à imprensa. “Mesmo que não consigamos o acordo deles, daremos nossos tanques à Ucrânia, juntamente com outros países, no âmbito de uma pequena coalizão, mesmo que a Alemanha não faça parte dela”, acrescentou o primeiro-ministro. A Alemanha tem sido pressionada por Zelensky e aliados ocidentais para enviar tanques para Ucrânia, porém, ela informou que está avaliando os prós e contras. “Não estamos hesitando, apenas estamos pesando nos prós e os contras. Temos a responsabilidade de pensar, detidamente, nas consequências para todas as partes no conflito”, disse à imprensa o novo ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, na base aérea de Ramstein, onde os aliados da Ucrânia discutiram, na sexta-feira, 20, o reforço do apoio à ex-república soviética invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.

Em uma entrevista, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse que seu país está disposto, apesar da relutância do chefe de Governo, o chanceler Olaf Scholz, em tomar uma posição e acrescentou que não se oporia à disposição da Polônia de fornecer tanques Leopard à Ucrânia, se Varsóvia pedir autorização. “Se eles levantassem o assunto conosco, não nos oporíamos”, declarou a ministra do partido Verdes, que governa em coalizão com os sociais-democratas e liberais de Scholz. “Por enquanto, o assunto não foi levantado” pela Polônia, que deve fazer um pedido oficial, disse a ministra, entrevistada em Paris pelo canal francês LCI. Contudo, a decisão final cabe ao chanceler, que até agora se recusou a se pronunciar sobre entregas indiretas, ou seja, de material que países terceiros possuem que precisa da autorização da Alemanha para ser transferido, ou sobre o envio dos estoques de Berlim.

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