Prejuízos gerados por falsificação e contrabando chegam a R$ 471 bilhões anuais

A Associação Brasileira de Combate a Falsificação (ABCF) divulgou o balanço das ações realizadas e todas perdas provocadas pelo mercado ilegal, traçando prognósticos. Ao todo foram realizadas 1.587 operações das polícias Civil, Federal, Rodoviária Federal e da Receita Federal, contando com o apoio da ABCF, ou com denúncias provenientes da associação ao longo do ano passado. As falsificações, o contrabando e a pirataria geraram um prejuízo de aproximadamente R$ 471 bilhões anuais ao país em perdas de arrecadação tributária de faturamento das indústrias legalmente estabelecidas.

De acordo com o presidente da Associação, Rodolpho Ramazzini, em 2024 houve um crescimento no prejuízo relacionado ao crime organizado que age no mercado ilegal, de 27% em relação ao ano anterior. Em dólares, no ano anterior as perdas somavam US$ 66 bilhões entre todos os setores analisados. Hoje, ao verificar mais segmentos da economia, os prejuízos somam cerca de US$ 83 bilhões ao ano, ou seja, houve um aumento de 34% no prejuízo total, levando em conta que mais setores foram incluídos no anuário e também a desvalorização cambial do real frente ao dólar no período.

“Um incremento foi alcançado em número de operações, quando comparado ao mesmo período dos anos anteriores, porém, a falsificação, o contrabando e o mercado ilegal continuam crescendo exponencialmente”, afirmou o presidente.

Conforme ele, outro aspecto que elevou a busca por produtos piratas e contrabandeados foi o aumento da tributação na indústria brasileira. “Isso faz com que os produtos originais percam competitividade, o que, aliado ao mau momento da economia brasileira, gera perda de poder aquisitivo de boa parcela da população, em virtude do baque causado pela pandemia na economia mundial. E a esparsa fiscalização nos portos e fronteiras faz com que o problema seja agravado ano após ano”, finalizou ele.

Principais apreensões

De janeiro de 2024 a janeiro de 2025, o relatório aponta de maneira detalhada quais foram as principais apreensões e operações:

 

  • 456 operações de apreensão de bebidas
  • 258 operações de apreensão de autopeças
  • 245 operações de apreensão de cigarros contrabandeados
  • 122 operações de apreensão de roupas
  • 101 operações de apreensão de máquinas, ferramentas e rolamentos industriais
  • 77 operações relacionadas a fraudes
  • 71 apreensões de defensivos agrícolas e embalagens de agrotóxicos
  • 47 operações de apreensão de produtos de limpeza
  • 38 operações de apreensão de bolsas
  • 22 operações de apreensão de produtos de higiene
  • 20 operações de apreensão de medicamentos
  • 19 operações de apreensão de cosméticos e perfumaria
  • 11 operações com apreensão de materiais cirúrgicos e/ou hospitalares
  • 19 operações de apreensão de produtos ópticos
  • 9 operações de apreensão de joias falsificadas
  • 5 operações de apreensão de charutos contrabandeados
  • 18 operações de apreensão de suplementos nutricionais
  • 42 operações de apreensão de alimentos fraudados
  • 7 operações de apreensão de itens não listados acima

 

Recorte entre os estados

O estado de São Paulo continua sendo o principal mercado consumidor do país, e é o destino final preferido dos bandidos. Em segundo lugar permanece o Paraná, seguido pelo Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás e Pará. A Receita Federal declarou que tem investido nas estruturas de controle e que todos os dias, apreende mercadorias nas fronteiras terrestres, portos e aeroportos e que, só em 2024, recolheu mais de R$ 3,7 bilhões em produtos ilegais.