Profissionais de saúde do Reino Unido fazem greve histórica por reajuste salarial 

A quarta-feira, 21, foi marcada por uma paralisação histórica de milhares de trabalhadores de ambulâncias no Reino Unido. Os grevistas do Sistema Nacional de Saúde se queixam do baixo salário da classe. Essa foi a primeira greve da categoria em 100 anos, ou seja, desde a existência do sindicato. A paramédica Cristen Read reclamou sobre os salários recebidos pelos profissionais. “Primeiro, não somos pagos suficientemente pelo que trabalhamos. Em segundo lugar, a segurança do paciente é uma grande questão no momento. Não estamos atendendo no tempo que precisamos. Nosso tempo de resposta é chocante. Ele precisa ser melhor. Estamos todos nisso para cuidar dos nossos pacientes e não estamos chegando a tempo”, declarou. O governo britânico criticou a decisão da categoria de realizar a paralisação e chamou de “profundamente lamentável”. Secretário de Saúde do Reino Unido, Steve Barkley pediu bom-senso aos sindicatos que comandam a greve e disse que eles estão prejudicando conscientemente a população.

Com menos funcionários trabalhando, apenas casos graves foram atendidos, como ataques cardíacos, por exemplo. Para tentar minimizar o impacto da falta de trabalhadores nas ambulâncias, o exército foi chamado para dirigir os veículos em casos emergenciais. Cerca de 750 militares receberam treinamento para substituir os trabalhadores das ambulâncias. Esse foi o segundo dia de paralisação da área da saúde no Reino Unido. Na terça-feira, 20, foi a vez dos enfermeiros e enfermeiras do Serviço Nacional de Saúde cruzarem os braços pedindo aumento salarial. A sequência de protestos aumenta com o passar dos dias e atinge não somente o setor da saúde, como também os ferroviários, alfândega e correios. A onda de protestos sociais se dá em meio a um cenário de inflação acima de 10% e as negativas do governo em negociar melhorias salariais.

*Com informações do repórter João Vitor Rocha