A prosperidade digital do Brasil em 2025 exige uma IA segura para ser conquistada
Em 2025, o crescimento econômico do Brasil passa pelo uso da Inteligência Artificial em todas as verticais, regiões e portes de empresas. Uma análise do Fundo Monetário Internacional indica que, até 2035, a disseminação deste modelo pode fazer o PIB brasileiro aumentar em 5%. Por trás dessa marca está um novo nível de produtividade do trabalhador. Embora o índice PTF (Produtividade Total dos Fatores) contabilize os ganhos trazidos pela IA, vai muito além disso. No setor agropecuário, por exemplo, inclui o uso de tecnologias avançadas de IA e fatores como insumos agrícolas, qualidade da terra, crise climática etc. O estudo do FMI indica que a IA pode contribuir para acelerar o PTF brasileiro nos próximos 10 anos entre 4 e 8%.
A prosperidade digital chega quando a organização usuária conta com um ambiente digital maduro e resiliente, protegido contra atacantes que exploram a IA para obter ganhos financeiros. Para isso, em 2025 o país precisa promover a formação de profissionais de cybersecurity com expertise em Inteligência Artificial e Machine Learning. Uma análise global divulgada em junho revelou que se no mundo 51% dos ataques utilizavam ao menos em parte recursos de IA, no Brasil essa marca ficou em 55%. A luta contra essas ameaças exige um novo mind set dos profissionais do nosso mercado.
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Falta de profissionais de cybersecurity com skills em IA
Trata-se de um grande desafio. A falta de pessoas capacitadas em segurança digital e em IA é algo que assola nosso mercado, e tem afetado a eficácia das políticas de segurança das organizações. Um estudo divulgado no início deste semestre revela que faltam 750 mil experts nesta área no Brasil. Um relatório realizado pela Microsoft e Linkedin a partir de entrevistas com 31 mil líderes de tecnologia globais, incluindo o Brasil, revelou que 66% pretendem, em 2025, só contratar profissionais com expertise em IA. O estudo mostra que 55% dos entrevistados sabem que não encontrarão com facilidade esse novo perfil de profissionais.
Como resultado desta escassez, sites de empregos como o brasileiro Indeed observaram, neste ano, que a busca por esses novos profissionais cresceu 10 vezes.
No ano que vem veremos mais e mais organizações investindo na formação de seus profissionais em IA e ML. Outra estratégia é a contratação de MSSPs (Managed Security Services Providers, provedores de serviços gerenciados de segurança) que contam com experts em seus times. Tanto empresas usuárias com times internos de cybersecurity como organizações de menor porte encontram, nos MSSPs, pessoas e tecnologias que atuam 24×7 para identificar e bloquear ataques baseados em IA. Por ser uma oferta OPEX que libera a empresa usuária de imobilizar seu capital, é uma saída atraente para uma região sensível a preço como o Brasil. Isso explica por que, segundo a Markets and Markets, esse segmento deverá atingir, ano que vem, globalmente, a marca de 46,5 bilhões de dólares.
Nuvens sob ataque
O mundo baseado em IA e ML é, também, um universo onde tudo é processado na nuvem híbrida. Esse fator coloca a proteção de aplicações e APIs rodando em nuvens distribuídas como uma das maiores preocupações dos CIOs e CISOs brasileiros. Um estudo recente revela que os ataques contra a nuvem cresceram 75% entre 2023 e 2024.
Para enfrentar essa ameaça, é recomendável estudar o uso de soluções de proteção da nuvem baseadas em IA e ML. São plataformas que, em escala e de forma granular, antecipam e bloqueiam violações.
Na nuvem quem define o perímetro é a identidade do usuário. Por essa razão, é fundamental proteger o acesso à nuvem por meio do alinhamento da organização usuária ao conceito ITDR (Identity Threat Detection and Response – detecção e resposta a ameaças contra identidades). As soluções de ITDR são focadas na identificação de atividades suspeitas, tentativas de acesso não autorizado e possíveis violações de identidade, monitorando continuamente eventos e comportamentos relacionados a identidades. Essa inteligência pode alertar proativamente o CISO acerca de ameaças baseadas em identidades.
No braço “detecção” de ameaças à identidade do ITDR, políticas e procedimentos IAM (Identity Access Management) também são estratégicos. É a plataforma IAM que exigirá, por exemplo, controles de acesso MFA, PAM e com base em perfis para liberar o acesso. A entrada em cena do ITDR pode potencializar a inteligência IAM, detectando erros de configuração ou permissões excessivamente amplas em contas Microsoft Active Directory.
Desenvolvimento de Apps e APIs
Outra frente de batalha ligada à nuvem é alinhar os processos de desenvolvimento de aplicações e APIs às melhores práticas de cybersecurity. Se a velocidade dos negócios exige atualizações infinitas do software, a melhor maneira de defender a esteira de desenvolvimento sem atrasar processos é buscar validações SAST, DAST, IAST e de criptografia. IA e ML mais uma vez mostram seu valor nesta área, dinamizando os processos de cybersecurity.
A pujança da economia digital brasileira é uma realidade. Em 2025, os maiores ganhos virão para quem se aprofundar nas novas demandas – inclusive de cybersecurity – que a IA impõe sobre as empresas. E, a partir daí, realize as mudanças necessárias para que a prosperidade aconteça.
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