Rede neutra é oportunidade para aportes privados na América Latina

Executivos destacam rede neutra como oportunidade de negócios na América Latina
Rede neutra é oportunidade de negócios na América Latina, dizem executivos (crédito: Freepik)

As empresas de telecomunicações não têm mais condições de construir toda a infraestrutura de telefonia e banda larga por conta própria. Com isso, em expansão, o mercado de rede neutra se mostra como uma oportunidade de negócios importante na América Latina.

“A indústria de telecom requer grandes investimentos a longo prazo. Às vezes, é preciso comprar empresas para atender à demanda”, avaliou Silvana Dalton, diretora de vendas de hyperscalers da Cirion, nesta terça-feira, 14, durante painel do evento Latam Capacity, em São Paulo. “Então, para o setor privado, as redes neutras são grandes oportunidades de pôr dinheiro na América Latina”, sinalizou.

A executiva ainda disse que “não há condições de construir tudo e montar toda a infraestrutura necessária” para realizar as operações com eficiência, principalmente quando se observa, de um lado, o grande volume de capital exigido e, de outro, a oportunidade para usufruir de redes de terceiros.

Na avaliação de Andres Madero, diretor de tecnologia da Infinera, as empresas precisam “fazer mais com o mesmo dinheiro a cada ano” e “não é mais viável construir tudo”.

“Os players do mercado necessitam de tecnologias bem específicas que precisam ser abertas. E precisam de mais uma coisa: que o tráfego esteja separado do resto”, pontuou.

Célio Mello, gerente de produtos e projetos estratégicos da Eletronet, empresa que atua há mais de 20 anos no segmento de redes neutras, destacou que “este tipo de operação funciona” e é “boa para a empresa e para o mercado”. “No Brasil, é essencial, pois precisamos de muita infraestrutura e há desafios [de conectividade] o tempo todo”, reforçou.

Segundo Mello, o próximo passo das redes neutras é entregar valor em serviços de nuvem.

Também presente ao painel, o presidente da Telxius no Brasil, Rafael Sgrott, salientou que não há empresas com recursos suficientes para construir tudo, ainda mais se a demanda por tráfego de dados aumentar como se projeta nos próximos 20 anos.

“Quando as coisas não existiam no começo das telecomunicações, era preciso construí-las. No entanto, as mudanças da internet, como o conteúdo em nuvem, levaram a coexistência a outro nível. Isso é parte da razão de existir da rede neutra: construir novas infraestruturas que podem ser operadas por outros negócios”, afirmou Sgrott.

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