Renato Casagrande fala sobre queda dos índices de violência Espírito Santo e defende PEC da Segurança

O estado do Espírito Santo registrou em maio o menor número de homicídios para o mês desde 1996, com 64 casos contabilizados. A tendência de queda nos índices de violência tem sido uma constante, e para discutir os fatores por trás desse resultado, o governador Renato Casagrande (PSB) concedeu entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Segundo o governador, a melhoria na segurança pública é fruto de um trabalho contínuo e integrado. “Os resultados chegam primeiro do que a percepção, do que a sensação [de segurança]”, afirmou Casagrande, lembrando o cenário crítico que o estado enfrentava. “Em 2011, quando assumi o governo pela primeira vez, o Espírito Santo era o segundo estado mais violento do Brasil, com sete cidades entre as 35 mais violentas do país e cerca de 2.000 homicídios anuais.”
A reviravolta, explicou o governador, começou com a implementação do programa “Estado Presente” em 2011. No ano passado (2023), o estado encerrou com 852 homicídios, ocupando a 13ª posição no ranking nacional de violência, sem nenhuma cidade capixaba entre as mais perigosas. Nos primeiros cinco meses de 2024, a redução já alcança 20% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
“O programa ‘Estado Presente’ tem feito essa transformação,” destacou Casagrande. Ele ressaltou seu envolvimento pessoal na liderança do programa, com reuniões mensais que envolvem todas as forças de segurança, os poderes Judiciário e Legislativo, e os municípios. A coordenação executiva fica a cargo do Secretário de Planejamento, uma decisão estratégica para “deixar claro que a segurança pública não é uma tarefa puramente policial, “mas, sim, um esforço que abrange áreas como cultura, esporte, infraestrutura, assistência social, saúde e educação, incluindo a implementação de escolas de tempo integral em áreas mais vulneráveis.
Investimento em tecnologia e colaboração federal
Questionado sobre a sensação de segurança da população e a Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) da Segurança, que tramita no Congresso Nacional e visa dar maior protagonismo à União no setor, o governador enfatizou os investimentos em tecnologia. “Fazemos muitas prisões usando biometria facial. Temos câmeras com leitura facial em pontos de maior movimentação e nos ônibus do transporte público. Implementamos biometria digital e facial para todos que entram no sistema prisional, o que permite um controle maior,” disse. O Espírito Santo também mantém um cadastro intenso de armas usadas em crimes, compartilhado nacionalmente.
Sobre a PEC, Casagrande vê com bons olhos um maior envolvimento federal: “Ter um governo federal mais presente, protagonista e proativo na área da segurança pública é muito importante.” Ele acredita que a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), o estabelecimento de procedimentos padronizados e o financiamento federal podem aprimorar os resultados. “O combate ao crime não pode ser monopólio de uma liderança ou instituição. É um trabalho que tem que envolver todo mundo,” concluiu, citando a colaboração no estado com municípios, guardas municipais, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
Confira a entrevista completa com o governador do Espírito Santo
*Reportagem produzida com auxílio de IA