Resultados da Microsoft acendem alerta sobre desafios na adoção de IA corporativa
A Microsoft está prestes a divulgar os resultados financeiros do seu último trimestre, que devem indicar o crescimento mais lento em um ano. Analistas consultados pela LSEG projetam que a gigante da tecnologia revele uma receita total de aproximadamente US$ 64,51 bilhões para o trimestre encerrado em setembro, representando um aumento de 14,1% em relação ao ano anterior. No entanto, mesmo com esse crescimento, surgem preocupações sobre a demanda por soluções de inteligência artificial generativa, um segmento no qual a Microsoft se destaca como líder, especialmente após seu investimento na OpenAI, empresa-mãe do ChatGPT.
Um dos principais produtos da empresa, o assistente Copilot, tem enfrentado desafios na adoção. De acordo com uma pesquisa da Gartner, a maioria das 152 empresas de tecnologia da informação entrevistadas pela consultoria ainda não avançou suas iniciativas com o Copilot além da fase piloto, o que indica uma aceitação mais lenta do que o esperado.
Ben Reitzes, analista da Melius Research, observou que muitos investidores estão céticos quanto à adoção do 365 Copilot, pois não o utilizam com frequência. No entanto, ele notou que os dados de uso do assistente estão apresentando melhorias graduais e que a base de clientes do Copilot está se expandindo. Além disso, alguns analistas acreditam que as recentes inovações da Microsoft, como a criação de agentes autônomos de IA capazes de executar tarefas sem a necessidade de intervenção humana, podem ajudar a aumentar a aceitação do Copilot.
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Por outro lado, analistas do Morgan Stanley expressaram preocupações significativas em relação aos lucros da Microsoft, citando o aumento das despesas de capital, a compressão das margens e a falta de provas sobre os retornos da IA, além de confusões resultantes de uma reestruturação financeira. Os resultados financeiros que a empresa divulgará na quarta-feira serão os primeiros desde que essa reestruturação foi implementada em agosto, o que tornou mais difícil prever o desempenho do último trimestre.
A expectativa é que a unidade de nuvem Azure da Microsoft apresente um crescimento de 33% no primeiro trimestre fiscal, encerrado em 30 de setembro, conforme indicado por analistas da Visible Alpha. Embora essa taxa esteja de acordo com as previsões da empresa, é um pouco inferior ao desempenho do quarto trimestre do ano anterior. Apesar do aumento da contribuição da IA, que respondeu por 11 pontos percentuais do crescimento no trimestre passado, a expansão do Azure tem mostrado sinais de desaceleração.
A Microsoft havia previamente projetado um aumento no crescimento do Azure para a segunda metade do ano fiscal, mas a expectativa agora é de que essa recuperação não ocorra conforme desejado. Apesar de algumas análises indicarem que a receita da nuvem inteligente deve crescer 20%, a sensação é de que a empresa não está atingindo suas metas de forma satisfatória, destaca a Reuters.
A empresa também alertou que os investimentos em tecnologia devem permanecer altos, com um aumento estimado de 71,7% nas despesas de capital, totalizando US$ 19,23 bilhões, no trimestre.
As ações da Microsoft experimentaram uma leve alta de cerca de 1% desde o último relatório financeiro em julho, embora permaneçam abaixo do desempenho do índice S&P 500.
*Com informações da Reuters
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