Ricardo Nunes nega aumento do IPTU, defende ações na Cracolândia e projeta maior Réveillon de SP

Para fazer um balanço da gestão da Prefeitura de São Paulo em 2022, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) nesta quinta-feira, 29. O governante negou que tenha aumentado o IPTU ao reajustar o preço do metro quadrado na Planta Genérica de Valores (PGV) em 5,5% nesta semana: “Nós não fizemos o aumento do IPTU (…) Vamos diferenciar o que é o aumento e o que é correção de inflação. Eu optei por não fazer aumento de IPTU, pelo contrário, eu reduzi o ISS de várias atividades e não aumentei o IPTU. O que diz que a gente tem que fazer é a correção da inflação. A inflação deu 5,8% e a gente fez a correção do IPTU menor que a inflação, em 5,5%, portanto razoável. A gente tem um grande compromisso de que os recursos arrecadados nos impostos sejam bem aplicados, não permitir corrupção, fazer o melhor serviço pelo menor preço e poder ampliar o serviço (…) Eu preciso pelo menos fazer a correção da inflação do IPTU, que é uma arrecadação importante para a cidade, para eu conseguir manter os serviços funcionando e estar ampliando esses serviços”.

A gestão de Nunes foi muito criticada após ações policiais na cracolândia que, além de terem sido violentas, acabaram dispersando um grande contingente de usuários de droga e moradores de rua para diversas regiões além do Centro de São Paulo. O prefeito defendeu as medidas que foram adotadas e detalhou a atual situação da cracolândia: “Esse é um debate que a gente precisa estar fazendo. Eu fiz uma pesquisa e a gente pensa que esse tema é concentrado no Centro, mas 88% das pessoas da cidade se interessam por esse tema. O que a gente tem hoje é a sensação de um problema maior, mas o que eu posso garantir é que a gente tem uma situação muito melhor. A sensação é porque essas ações que foram feitas, foram feitas com muito estudo. Nós reunimos o governo do Estado, Prefeitura, Assistência Social, Direitos Humanos, Saúde e Segurança, com a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana, para montar uma estratégia e poder vencer esse grande mal que é a cracolândia. Pegamos experiências de cinco países que tiveram ações de sucesso com relação ao combate às suas cracolândias.

“E qual o resultado hoje? Nós tínhamos, em 2016, 4 mil usuários. Quantos nós temos hoje? Nós estamos entre 900 a 1 mil pessoas. Um estudo da Unifesp, publicado nesta semana, nos deu uma grande alegria, porque demonstra o resultado positivo de alguns objetivos que a gente busca. O que mostra o estudo? Entre as pessoas que lá estão, de 900 a 1 mil pessoas, mais de 80% estão a mais de dez anos e o outro restante mais de 5 anos. O que traduz isso? A gente conseguiu estancar a vinda de novos usuários. Quando tinha aquele volume gigante de 4 mil pessoas, com a feira do crack e o domínio do crime organizado, era um ambiente que favorecia que uma pessoa que não era usuária, mas estava em um momento difícil, tivesse facilidade de ingressar na cracolândia. Com as ações que nós fizemos, conseguimos fazer esse estancamento, que é fundamental. Agora é esse trabalho contínuo de prender traficantes, reurbanizar o local e principalmente oferecer o tratamento aos usuários”, argumentou.

Com o anúncio de grandes atrações musicais para o Réveillon na Av. Paulista, como Fafá de Belém, Xamã e Leonardo, Ricardo Nunes exaltou a festa e revelou quais as expectativas da Prefeitura para virada: “Vai ser o maior réveillon da cidade. O maior palco está sendo montado, a expectativa é de 2 milhões de pessoas e um movimento financeiro de R$ 350 milhões (…) A Polícia Militar, a Polícia Civil, a Guarda Civil Metropolitana e seguranças privados estão todos mobilizados para termos um bom sistema de segurança. Os shows são muito bacanas e teremos uma queima de fogos durante 12 minutos. Lembrando que será uma queima de fogos sem barulho, apenas visual com aquelas luzes bonitas, em respeito à questão principalmente dos animais. Vai ser uma festa muito bem organizada e muito bonita, convido a todos para estar lá comigo e todos da cidade de São Paulo. É um momento fundamental porque marca um momento importante de comemorar a virada do ano, trazer energia positiva para 2023, mas também para poder recuperar essa autoestima dos últimos 2 anos tão difíceis”.

Pelo terceiro ano consecutivo, a cidade de São Paulo não terá aumento de tarifa de ônibus. Para 2023, o valor da passagem será mantido em R$ 4,40, preço que vigora desde janeiro de 2020. Com relação à mobilidade urbana, o prefeito reafirmou seu compromisso em fortalecer iniciativas de fortalecimento do transporte público: “A gente está muito convencido da importância de incentivar o transporte coletivo e desincentivar o transporte individual. Estamos lançando um grande pacote de obras de mobilidade, são R$ 4,6 bilhões em terminais, corredores, BRTs. Outra questão é a questão ambiental, é muito importante que a gente possa trabalhar nessas questões ambientais da cidade e diminuir a quantidade de veículos. A gente sempre liberava o rodízio de veículos na cidade no começo de dezembro, a gente optou agora por só liberar depois do Natal, quando realmente diminui muito o número de veículos. É um conjunto de ações de políticas públicas, além da questão da retomada econômica”.

“A cidade de São Paulo está batendo recorde na geração de empregos, reduzimos impostos e trabalhamos muito para desburocratizar. E assim, com essas ações, podemos fazer com que a cidade promova a sua economia. Manter a tarifa é algo fundamental para todo esse conjunto de ações. Resumindo, fortalecimento da economia, questões ambientais e questões de mobilidade. O governo do Estado também não vai fazer a correção do Metrô e da CPTM, seria muito ruim fazer uma ação desvinculada do Estado, até por conta da integração. É um conjunto de questões levadas em consideração e, portanto, pelo terceiro ano consecutivo a Prefeitura vai manter a tarifa em R$ 4,40”, declarou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.