Rival da Neuralink testa seu 1º implante de chip cerebral em humano; entenda como ele funciona

Empresa americana Paradromics implantou e removeu chip Connexus do cérebro de um paciente em um intervalo de 20 minutos. Teste conseguiu registrar sinais cerebrais, que poderiam ser usados para identificar intenções de movimento de pessoas com deficiências motoras graves. Connexus, chip cerebral da empresa americana Paradromics
Divulgação/Paradromics
A Neuralink, do bilionário Elon Musk, ganhou mais um concorrente na pesquisa sobre implantes cerebrais. A empresa americana Paradromics afirmou na segunda-feira (2) que fez o primeiro teste com seu chip em um humano.
Em menos de 20 minutos, o chip Connexus foi implantado e removido do cérebro de um paciente que não teve sua identidade revelada. O teste usou técnicas familiares para neurocirurgiões e permitiu registrar sinais cerebrais, disse a empresa.
Segundo a Wired, o experimento foi realizado em 14 de maio e envolveu um implante no lobo temporal, área do cérebro responsável por funções como memória e audição.
A companhia disse que seu chip usa inteligência artificial para ler sinais cerebrais. O dispositivo foi criado para entender se o paciente quer falar com ajuda de máquinas, escrever ou mover o cursor de um mouse na tela, de acordo com a Wired.
A Paradromics diz que seu chip foi criado para recuperar a comunicação de pessoas com deficiências motores graves, causadas por quadros como esclerose lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral e lesão de medula espinhal.
Chip da Paradromics foi implantado e removido do cérebro de um paciente em 20 minutos
Divulgação/Paradromics
O implante foi feito na Universidade de Michigan pelo neurocirurgião Matthew Willsey e uma equipe de clínicos e biomédicos, durante uma cirurgia em um paciente com epilepsia.
Para o médico, o experimento foi um passo importante para fornecer tratamento adequado para pacientes com necessidades graves que não foram atendidas.
“Meu laboratório está pesquisando como podemos usar plataformas de interface cérebro-computador mais avançadas, como a Connexus, para desenvolver a próxima geração de dispositivos de assistência motora e de fala”, afirmou.
Connexus, chip cerebral da empresa americana Paradromics
Divulgação/Paradromics
Paradromics e Neuralink
Com o anúncio do seu primeiro teste, a Paradromics se aproxima da Neuralink, que já disse ter realizado dois implantes de chips cerebrais em humanos, ambos ainda em 2024.
As duas empresas desenvolveram as chamadas interfaces cérebro-computador com capacidade de registrar atividades no nível de neurônios individuais, o que melhora a qualidade do sinal recebido.
O modelo da Paradromics usa 420 pequenas agulhas que são eletrodos para registrar atividade neural quando estão ligadas ao cérebro. O modelo da Neuralink, por sua vez, usa 64 fios finos que somam mais de 1.000 eletrodos para a mesma tarefa.
Empresas concorrentes como a Neuroscience e a Synchron registram sinais de grupos de neurônios, e não de neurônios individuais.
A Paradromics foi fundada em 2015 e já realizava estudos pré-clínicos há três anos. A empresa planeja iniciar um ensaio clínico no final do ano para estudar efeitos a longo prazo e a segurança do chip, mas aguarda aprovação de reguladores.
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