SAS investirá US$ 1 bilhão em soluções setoriais baseadas em IA

O SAS anunciou nesta terça-feira (09) que irá investir US$ 1 bilhão nos próximos três anos para o desenvolvimento de soluções analíticas avançadas, que alavancam inteligência artificial, para atender às necessidades de setores específicos da indústria. O anúncio foi realizado durante a abertura do SAS Innovate, evento de IA e analytics da companhia que acontece nesta semana em Orlando, nos Estados Unidos.

O investimento inclui iniciativas diretas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o financiamento de equipes de linha de negócios focadas em indústrias específicas e esforços de marketing voltados para diferentes setores. O aporte também deve ser direcionado para novas aquisições que complementam as ofertas da empresa.

Segundo Bryan Harris, vice-presidente executivo e Chief Technology Officer (CTO) do SAS, outro dos focos da empresa será no desenvolvimento de mais capacidade de gerenciamento de dados para clientes. O tema é uma das principais dores de clientes ouvidos pelo SAS, que precisam investir a maior parte dos seus esforços na gestão de dados, e não na tomada de decisão a partir de insights analíticos.

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“Os clientes ainda gastam muito tempo preparando dados para análise analítica ou IA – em média 80% do tempo preparando dados e 20% em análise. Queremos inverter essa proporção”, disse. “Boa parte disso é reforçar nossas capacidades de gerenciamento de dados e trazer as pessoas para fora do loop de processamento e para os dados, para que os clientes possam gastar mais tempo realmente aproveitando as partes boas de analytics e da IA ​​e para ajudar a tomar melhores decisões.”

Entre as áreas que serão apoiadas pelos investimentos do SAS estão os setores bancário, governamental, de seguros, de saúde, varejo e de energia. O plano é oferecer soluções personalizadas que atendam aos desafios específicos destes segmentos. Todas as soluções setoriais serão executadas na SAS Viya, plataforma de analytics e IA nativa da nuvem da companhia.

“Os negócios enfrentam diversos desafios, desde ameaças de recessão econômica e tensões nas cadeias de suprimentos até a escassez de mão de obra e mudanças regulatórias”, afirmou o CEO do SAS, Jim Goodnight. “Com insights de análises específicos de cada indústria, as organizações mais resilientes conseguem identificar oportunidades nesses desafios. Com esse investimento, o SAS continua oferecendo suporte a empresas que usam IA, machine learning e advanced analytics para combater fraudes, gerenciar riscos, melhor atender aos clientes e cidadãos e muito mais.”

Inovação responsável para IA confiável

Também durante a abertura do evento, o SAS dedicou um tempo para a discussão dos avanços inéditos que o segmento de inteligência artificial tem visto ao longo dos últimos meses e como a empresa está se preparando para isso. No ano passado, a companhia lançou um programa de inovação responsável em IA e analytics, e reforçou que continuará atuando para desenvolver uma “IA de confiança” em seus sistemas.

“Nossa equipe estabeleceu um conjunto de princípios éticos de dados e estamos trabalhando para institucionalizá-los em todo o mundo. E é um momento excelente para isso”, explicou Reggie Townsend, vice-presidente de prática ética de dados do SAS. “O estabelecimento desses princípios nos ajudaram a nos ‘ancorar’. Nosso time de ética e prática de dados (DEP) trabalha com treinamentos a todos os nossos colaboradores em caráter contínuo. A ideia é colocar as pessoas na melhor posição possível para reconhecer e responder aos riscos éticos da IA.”

Durante sua fala, Townsend destacou a necessidade de que mais empresas se engajem com o debate público sobre o desenvolvimento ético de regulatório sobre IA, e destacou a visão de que uma abordagem “coletiva”, que combine governos, empresas e a academia, é necessária para guiar o progresso da tecnologia. “Se nós acertarmos em IA, mas outros errarem, nós todos ainda perderemos”, disse.

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Como parte da busca por uma inovação responsável em IA, o SAS promove parcerias com outras organizações de diferentes indústrias. Um exemplo recente é a colaboração do SAS com duas organizações holandesas: a Erasmus University Medical Center (Erasmus MC), um dos principais hospitais acadêmicos da Europa; e a Delft University of Technology (TU Delft), sede do TU Delft Digital Ethics Centre. As três organizações lançaram um laboratório de IA ética e responsável na área de saúde, o REAHL.

O REAHL visa abordar as questões éticas e os desafios relacionados ao desenvolvimento e à implementação de tecnologias de IA na área da saúde de forma segura, transparente e ética. O REAHL reúne equipes multidisciplinares de especialistas em IA, medicina e ética com legisladores para colaborar no desenvolvimento e na implementação de tecnologias de IA que priorizem a segurança, a privacidade e a autonomia do paciente.

O REAHL pretende criar uma estrutura de IA ética para a área de saúde que servirá de modelo para centros médicos ao redor do mundo. “Há realmente uma necessidade de aumentarmos nosso conhecimento básico sobre essa tecnologia como indivíduos. Para quando redes generativas forem utilizadas de forma adversária, como em deep fakes, termos alguma capacidade de nos proteger contra isso”, pontuou Townsend.

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