Sem Pelé, a participação brasileira na Copa de 1974 foi marcada por um futebol fraco

Com a conquista do tricampeonato, em 1970, o Brasil estava classificado automaticamente para o Mundial da Alemanha. Pelé se despediu da seleção em 1971. Em 1974, aos 33 anos, teria condições físicas de jogar a Copa. Em 2013, o ex-atleta revelou ter recebido um convite para defender a equipe no Mundial, mas rejeitou em sinal de protesto contra a ditadura. Pelé contou, inclusive, que a filha do presidente Ernesto Geisel pediu para que ele voltasse à seleção, mas não cedeu.
Além do desfalque do eterno camisa 10 do Santos, o Brasil também não contou com dois astros de primeira grandeza: Gérson e Tostão. Os jogadores tinham participado da Minicopa que o país organizou e conquistou em 1972. A final foi disputada contra Portugal, no Maracanã, com vitória da seleção por 1 a 0, gol de Jairzinho. O “furacão” da Copa de 1970 e Rivellino estavam garantidos na Alemanha.
Em 1973, o time nacional fez uma extensa excursão à Europa e foi muito criticado. Em 21 de junho daquele ano, o Brasil perdeu por 1 a 0 para a Suécia. A imprensa não perdoou o time de Zagallo pela má atuação. O amistoso seguinte foi contra a Escócia. Na chegada ao país, os atletas assinaram um documento que ficou conhecido como “manifesto de Glasgow”, em que cortavam relações com a imprensa. Ou seja, a preparação foi muito conturbada e, dentro de campo, a seleção exibiu um mau futebol e não foi nem a sobra da equipe de quatro anos antes.
Na partida de abertura da Copa, em Frankfurt, a equipe comandada por Zagallo empatou sem gols diante da Iugoslávia. Ouça a íntegra da partida na transmissão de Armindo Antônio Ranzolin, da Rádio Guaíba. O áudio foi cedido pelo pesquisador de rádio Ciro Götz.