Skymail mira em clientes enterprise e quer faturar R$ 140 milhões em 2026

Paulo Lima, CEO da Skymail, posando de braços cruzados e sorrindo. Ele veste uma camisa polo azul-marinho com o logotipo da Skymail e está em frente a um painel com a marca da empresa e o slogan 'Soluções em Nuvem'

A história de Paulo Lima se confunde com os primeiros passos da internet no Brasil. Na década de 1990, trabalhou junto ao empresário Aleksandar Mandic, um dos pioneiros da internet no País, que, na época, ainda operava o BBS, espécie de sistema de comunicação que precedeu a web.

Trabalhou também na Siemens e, antes da virada do milênio, foi um dos responsáveis pelo projeto do IG – o Internet Group, primeiro provedor de Internet do país. Já na primeira década dos anos 2000, começou a atuar naquela que se tornaria a Mandic Cloud Solutions – onde foi oito anos CFO e outros três, CEO.

Um dos projetos em que trabalhou no período foi o Mandic Mail. Naquela altura, e-mails ainda eram serviços rudimentares, com caixas de entrada limitadas e pouca customização. O Gmail, peça fundamental para transformar esse meio de comunicação, só foi lançado em abril de 2004.

O Mandic Mail, no entanto, já tinha a ambição de ir além. Um dos recursos oferecidos era a possibilidade de se personalizar o domínio do endereço de e-mail para que ele trouxesse, por exemplo, o nome da empresa.

“Nós achamos um nicho de mercado muito interessante. Pequenas e médias empresas que queriam ter um e-mail profissional, com possibilidade de recuperação, backup, suporte, caixas postais maiores”, conta em entrevista ao IT Forum. “O negócio começou a crescer”. Nos anos seguintes, a Mandic passou por uma série de mudanças, foi vendida para a Riverwood Capital, e perdeu o interesse no produto.

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Lima, no entanto, viu que o mercado de e-mails e serviços corporativos ainda tinha potencial – principalmente entre PMEs. Em 2013, fundou a Skymail com o objetivo de continuar ofertando essas soluções. Em um mercado que caminhava rapidamente para a comoditização, sua aposta era no “tratamento VIP” dos clientes.

“A Skymail entrega suporte, qualidade e nível de serviço que não se encontra em provedores maiores”, diz. “Eles não têm interesse em dar suporte ao usuário final, sempre te encaminham para um distribuidor”. Vários ex-clientes do Mandic Mail estiveram entre os primeiros da Skymail.

A empresa prosperou neste nicho de mercado e expandiu suas ofertas. Além do suporte 24×7, a solução de e-mail corporativo da empresa passou a integrar armazenamento na nuvem, integração multiplataforma e soluções de backup. A companhia também entrou no segmento de computação de nuvem e serviços de nuvem gerenciada. Hoje, já são mais de 6 mil clientes, incluindo a Technos, Rede D’Or e OAB de São Paulo.

Skymail além do e-mail

Desde 2024, a Skymail atua com uma nova ambição de crescimento. Seu faturamento do ano passado  foi de R$ 70 milhões, um aumento de 35% em comparação a 2023. A expectativa para 2025 é de alcançar R$ 100 milhões em receita e, posteriormente, R$ 140 milhões em 2026.

Para chegar lá, a empresa empenhou R$ 40 milhões a partir do ano para a expansão de seus negócios. O valor deve ser investido ao longo deste e do próximo ano, até 2026. Parte destes investimentos foi a inauguração de novos data centers em Recife, junto com um novo escritório comercial, e no Rio de Janeiro. Ambos visam a melhoria de seus serviços, incluindo a diminuição da latência.

Uma frente de negócio para investimentos em inteligência artificial (IA), com o objetivo de modernizar as soluções da empresa, também foi criada. A Skymail reforçou ainda a Skysec, sua unidade de cibersegurança, que começou a crescer com soluções de proteção e monitoramento do ecossistema digital dos clientes. A ideia é montar um “ecossistema” de serviços de nuvens para diferentes padrões de usuários.

“O mercado de nuvem no Brasil ainda é pequeno. Ele é pouco explorado, ainda tem muito para crescer. Nosso objetivo é montar um ecossistema capaz de chegar para o cliente com todas as soluções integradas para que ele tenha tranquilidade”, explica Lima.

Paralelamente, a organização tem a ambição de alcançar um novo público, de tíquete médio mais alto, que vai além das PMEs. Em 2023, a empresa passou a integrar uma divisão de Enterprise dentro de sua estrutura. “Desde o ano passado, começamos a migrar nosso posicionamento, comunicação e nossa estrutura de produtos para atender médias e grandes”, pontua Cristian Gallegos, diretor de Marketing que chegou à Skymail também em 2024 para apoiar o reposicionamento da marca.

Ainda este ano, a marca Skymail também deve passar por um processo de renovação. Gallegos, que lidera a iniciativa, aponta que o processo não será “radical”, mas uma evolução natural, já que as ofertas da organização hoje vão muito além do “mail” associado ao seu nome. “Vamos estruturar uma grande empresa”, finaliza.

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