“Soberania é inegociável”, diz presidente da Fiesp sobre tarifa dos EUA

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, divulgou nesta quarta-feira, 10 de julho, uma nota pública em que critica a decisão unilateral do governo dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O dirigente afirma que a medida ignora princípios básicos do direito internacional e desconsidera a longa tradição de cooperação entre Brasil e EUA.

Av. Paulista (Crédito: Freepick)

Segundo a Fiesp, o Brasil, assim como os Estados Unidos, é uma nação soberana organizada sob um estado democrático de direito com tripartição de poderes — modelo inspirado, inclusive, nos valores fundadores da democracia americana.

“Pode parecer desnecessária essa afirmação, mas, quando razões não econômicas são usadas para justificar a quebra de todo o regramento comercial e do direito internacional, é importante reafirmar esses princípios”, afirmou Josué Gomes.

Reação institucional e foco em dados

Para a entidade, a soberania nacional é um princípio inegociável, mesmo diante dos prejuízos comerciais que a tarifa possa trazer à indústria brasileira. Ao mesmo tempo, o texto defende que a negociação deve ocorrer com “serenidade, a partir de fatos e estatísticas verdadeiras”, destacando que empresas norte-americanas sempre foram bem-vindas no mercado brasileiro e que sua atuação deve seguir assegurada nos termos da legislação nacional.

Josué também lembra que os Estados Unidos mantêm superávit com o Brasil não apenas na balança comercial, mas também — e com ainda mais intensidade — na balança de serviços.

Agenda positiva entre os dois países

A nota da Fiesp propõe uma retomada do diálogo bilateral com foco em oportunidades concretas para ambas as nações. Entre os temas citados estão:

  • Exploração de terras raras;
  • Desenvolvimento conjunto de padrões para biocombustíveis como o SAF (Sustainable Aviation Fuel);
  • Parcerias em medicamentos e integração energética (etanol e gás natural);
  • Investimentos na digitalização da economia;
  • Uso da energia renovável para o processamento de dados.

O texto conclui com um apelo à retomada da racionalidade nas negociações. “Esperamos que a diplomacia e as negociações equilibradas prevaleçam, a despeito de ideologias e preferências pessoais, e que o bom senso volte a nortear a relação entre essas duas grandes nações soberanas.”

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