Startups brasileiras têm pior mês de captação em 5 anos, aponta Distrito

Janeiro não foi um bom mês para as startups brasileiras que buscavam levantar investimentos. Segundo novo relatório do Distrito, as startups tiveram o pior janeiro desde 2018.

O resultado só não foi pior devido a captação da energytech Órigo, que respondeu por metade do volume captado no mês.

Em janeiro último, as startups brasileiras captaram US$ 96 milhões — uma queda de 84% em relação ao mesmo período de 2022. Em janeiro de 2018, o volume captado foi de US$ 77,8 milhões. A Órigo, startup que atua em geração compartilhada de energia fotovoltaica, levantou sozinha US$ 45,5 milhões com a gestora americana Augment Infrastructure.

O número de deals também apresentou forte redução, de acordo com o Distrito. Em janeiro, foram 25 contra 117 no mesmo mês de 2022.

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As operações de M&As também encerraram janeiro em baixa. Foram oito no mês passado, contra 26 em janeiro de 2022. Ao contrário do que aconteceu em 2022, quando a maior parte das transações foi de startups comprando outras startups, em janeiro esse tipo de operação representou apenas 20% do total. Durante todo o ano de 2022, essa participação ficou em 56,9%, segundo um outro relatório do Distrito.

Na avaliação de Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, o ano de 2023 será, sem dúvida, um ano desafiador para a indústria. A menor liquidez, com a elevação global de juros no ano passado, continua deixando os investidores retraídos.

“Janeiro foi marcado por maior intensidade no movimento de demissões, tanto de big techs quanto de startups, o que demonstra o humor do mercado. Ainda existem dúvidas sobre quando e como os juros globais começarão a ceder. Com isso, os recursos tendem a continuar escassos e as startups deverão buscar sustentabilidade operacional e fontes alternativas de capital”, recomenda Gierun.