Startups de saúde da América Latina receberam US$ 253,7 mi em aportes durante 2024

Mão interagindo com uma tela holográfica azul de tecnologia médica, exibindo ícones relacionados à saúde, como coração, cérebro, seringa, estetoscópio e símbolos médicos. A imagem representa inovação em saúde digital e tecnologia médica avançada (startups, health, healthtech, saúde)

As startups de saúde – ou healthtechs – da América Latina registraram crescimento de 37,6% no volume de investimentos recebidos em 2024, alcançando US$ 253,7 milhões – em 2023 havia sido US$ 184,3 milhões. Os dados fazem parte de um relatório recente publicado pelo Distrito, em parceria com a Associação Brasileira de Startups de Saúde e HealthTechs (ABSS).

Apesar da redução no número de negócios – 56 em 2024, contra 71 no ano anterior –, houve aumento no volume de capital, o que segundo o estudo demonstra uma preferência dos investidores por startups mais maduras.

O Brasil lidera o setor, com 64,8% das healthtechs investidas, seguido pelo México (16,2%), Argentina (5%), Colômbia (4,4%) e Chile (3,9%). Entre as maiores rodadas do ano, quatro são brasileiras e uma mexicana: a Amigo (gestão e prontuário eletrônico) recebeu uma rodada Série B de US$ 33 milhões; a Mevo (também gestão e PEP) uma Série B de US$ 20 milhões; a Beep (diagnóstico) uma Série D de US$ 17 milhões; a Escala (gestão e PEP) captou US$ 12 milhões em uma Série A; e a Eden (dados e IA) levantou US$ 10 milhões em uma Série A.

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“O mercado de venture capital mantém sinais de recuperação, o que se reflete diretamente no segmento de healthtech. (…) É notável ver startups mais maduras avançando para rodadas em estágios mais elevados, agora com maior criticidade e confiança em seus modelos de negócio”, diz em comunicado Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito.

Segundo o executivo, o Brasil concentra 64,8% das startups de saúde da América Latina e continua a liderar o setor, domínio que reflete a maturidade do ecossistema nacional, além dos avanços tecnológicos que acompanham a demanda, inclusive no setor público via parcerias público-privadas (PPPs). Investimentos em startups early-stage representaram 50% do volume total de capital investido entre 2014 e 2024, embora apenas 14% do número total de ‘deals’.

Para Guilherme Sakajiri, membro da diretoria executiva da ABSS, isso indica uma tendência dos investidores em apostar em produtos já validados. “A dificuldade para startups Early-Stage captarem recursos mostra que, mesmo com soluções inovadoras, ainda é desafiador conquistar a confiança dos investidores. Isso reforça a importância das conexões e do ambiente de apoio para estas startups escalarem”, diz.

Healthtechs usando IA crescem

Nos últimos cinco anos, Distrito e ABSS mapearam 70 startups aplicando inteligência artificial (IA) ao setor de saúde na América Latina. A mudança no percentual de healthtechs utilizando IA nos últimos dois anos foi de 14% para 20%, o que indica que essa categoria “deve ganhar cada vez mais importância”, diz o estudo.

“Modelos baseados em IA têm permitido que empresas reduzam custos e aprimorem a eficiência dos cuidados, além de abrir espaço para inovações disruptivas. Entretanto, as soluções de IA ainda estão muito conectadas ao apoio de gestão das instituições de saúde, dado a maturidade das soluções e seus potenciais riscos para os consumidores finais desse setor”, explica Gustavo Araújo, CIO e cofundador do Distrito.

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