Nova tarifa de Trump preocupa produtores brasileiros de eletroeletrônicos

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O setor de eletroeletrônicos brasileiro já demonstrou preocupação com a recém-anunciada tarifa de 50% que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, ameaçou impor ao Brasil.

Em nota divulgada, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) afirmou que a nova taxa pode provocar “impactos relevantes” nas exportações nacionais e nas relações comerciais entre os dois países.

“Na avaliação da entidade, a decisão unilateral não tem justificativa econômica, uma vez que o fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos é superavitário em favor dos norte-americanos”, declarou a associação.

No caso do setor eletroeletrônico, os negócios com os Estados Unidos no primeiro semestre deste ano registraram saldo negativo para o Brasil de US$ 1,3 bilhão, com exportações de US$ 1,1 bilhão e importações de US$ 2,4 bilhões, segundo a Abinee. Os EUA também foram os principais destinos dos produtos exportados pelo segmento, apresentando crescimento de 23,1% nos seis primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2024, ampliando sua participação de 26% para 29% no intervalo analisado.

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“A medida afetaria, principalmente, as vendas externas de equipamentos elétricos de grande porte, principais itens exportados do setor, tendo em vista os investimentos consideráveis que estão sendo realizados internamente naquele país para a criação de uma infraestrutura de recarga de veículos elétricos em todo o território”, escreveu a organização. “Também poderão ser prejudicadas as exportações de motores e geradores, componentes para equipamentos industriais, máquinas para processamento de dados, instrumentos de medição, entre outros.”

A entidade solicita ainda que o Brasil preserve o diálogo com os Estados Unidos e mantenha as relações diplomáticas, comerciais e culturais, com o objetivo de reverter o novo patamar tarifário e não inviabilizar as vendas externas das empresas do setor.

“A Abinee reforça seu compromisso com a defesa do setor produtivo nacional e acredita que o caminho diplomático será fundamental para garantir a confiabilidade e previsibilidade que sempre pautaram essa relação bilateral entre Brasil e EUA”, finaliza a organização.

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