Tecnologia é arma contra os desafios logísticos do agronegócio

Eduardo Polidoro da Claro/Crédito: TV Síntese

A logística é a grande vilã do agronegócio, em um país onde a produção cresce muito mais rápido que a infraestrutura. Para reduzir os gargalos, soluções tecnológicas estão sendo desenvolvidas, afirma o coordenador-geral da Esalq-Log, Thiago Péra, que participou nesta quinta-feira, 16, de debate no AGROtic 2023.

Segundo Péra, o avanço do uso de tecnologia só foi possível pelo crescimento da conectividade no campo. Falta de armazéns e silos, dificuldade de gerenciamento do transporte e frota de caminhões antiga, que eleva custos e dificulta o escoamento das safras, são alguns dos problemas enfrentados pelos produtores rurais.

Conectividade

O diretor de IoT da Claro, Eduardo Polidoro, reconhece que a logística é um ponto crítico para ao agronegócio. Diz que os produtores rurais e sistemas de monitoramento de cargas e de silos, além de rodovias, só são possíveis pelo avanço da conectividade no campo. “Monitorar qualidade, peso e gases dos grãos é uma das soluções desenvolvidas pela empresa para tratar das dores do agronegócio”, disse.

A Claro também desenvolveu um sistema para monitorar o transporte do grão por meio de sensor, que consegue apontar, por exemplo, se a carga foi trocada durante o trajeto por uma soja de baixa qualidade, como tem acontecido. “Outras iniciativas de monitoramento contínuo serão anunciadas em breve”, disse.

Polidoro afirma que a Claro vem trabalhando para reduzir o primeiro gap de cobertura no campo, que é a fonte produtora e já foram conectadas ou em implantação mais de 10 milhões de hectares produtivas. “E obviamente esse raio pegam estradas no meio das áreas produtivas, que são muito importantes para o escoamento inicial”, disse.

A operadora também tem projetos, e já estão em execução, de conectar as grandes malhas ferroviárias, que dão vazão para a produção rural. Uma delas liga o Mato Grosso até os portos de São Paulo e do Paraná. “Estamos evoluindo bastante nessas áreas que, a princípio não fazíamos investimentos porque são áreas pouco povoados, mas agora têm uma demanda gigantesca”, disse.

Esse trabalho da Claro tem contribuído para inclusão digital. “Nós sempre privilegiamos a fonte patrocinadora da rede, mas abrimos uma infraestrutura pública para atender aos moradores próximos”, disse Polidoro.

Porto de Santos

O porto de Santos também está investindo em tecnologia para garantir seu bom funcionamento e isso inclui monitoramento de contêineres, de clima e de automação de carros e guindastes, como pontuou o gerente de Planejamento Logístico do porto, Roberto Paveck. Muitas dessas soluções ainda estão em desenvolvimento, assim como as tratativas com as concessionárias de rodovias, visando o monitoramento de caminhões.

O porto de Santos também está implantando sua rede privativa em 5G, primeiro para ligar os terminais de contêineres, mas que será disponibilizadas para empresas de pesquisas. “Estamos estudando muitas ferramentas para reduzir o tempo de operação”, disse Paveck.

Investimentos

O gerente Sênior de Tecnologia da Unidade de Negócios de Data Analytics e IoT da Logicalis, Fábio Jardim, disse que a empresa planeja investir pesado em soluções para o campo. Segundo ele, pesquisa da empresa mostra que a aplicação de recursos em IoT para o agronegócio só perde para o setor industrial.

Já o CEO da Freto, Thomas Gautier, disse que a empresa busca simplificar a logística do transporte rodoviário, com tecnologia e transparência, que auxilia o agronegócio. Ele afirma que há muito a ser feito e uma das necessidades é de qualificar os trabalhadores em toda a cadeia produtiva.

O AGROtic é um evento do Tele.Síntese em parceria com a EsalqTec. Os debates continuam nesta sexta-feira, 17.

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