Telefónica reafirma Brasil como mercado estratégico e destaca impacto da migração do STFC
O grupo espanhol Telefónica, dono da Vivo, reafirmou o Brasil como um de seus mercados estratégicos em conferência realizada nesta terça-feira, 14, ao divulgar os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025. A operação da Vivo foi destaque no portfólio global da empresa, com crescimento de 6,2% na receita em euros, puxado pelos serviços móveis pós-pagos, fibra óptica e digitalização de clientes.
O grupo celebrou a formalização do acordo com a Anatel para migração da concessão de telefonia fixa (STFC) para o regime de autorização. “Este é um passo importante que permitirá transformar o negócio, impactando positivamente os resultados, com melhorias na qualidade do serviço aos clientes de cobre, redução de despesas operacionais e venda de ativos”, afirmou Emilio Gayo, diretor de operações do Grupo Telefónica.
A empresa também destacou o crescimento dos serviços digitais da Vivo, que passaram a representar 11% da receita da operadora no país, além da expansão do pacote convergente Vivo Total, que cresceu 77% em número de acessos em um ano. Com 2,7 milhões de assinaturas ativas, o bundle une fibra e telefonia móvel, com maior valor médio por cliente e menor índice de cancelamento.
A Telefónica ressaltou que a operação brasileira alcançou “a maior base de clientes da sua história”, com liderança consolidada em telefonia móvel e FTTH. O ARPU dos contratos móveis cresceu 1,9% no período, enquanto os acessos em fibra aumentaram 13%, totalizando 29,6 milhões de domicílios passados.
A migração da concessão da Vivo se insere no movimento global de racionalização de ativos do grupo. Em apenas três meses, a Telefónica concluiu a venda das operações na Argentina e no Peru, e assinou contrato vinculante para a venda da unidade na Colômbia. A expectativa é de que essa última operação seja concluída até o final do ano, após aprovação regulatória. “Esperamos continuar explorando opções para os demais mercados da região”, disse Gayo.
Com isso, a Telefónica busca concentrar seus investimentos nos mercados centrais — Espanha, Brasil, Alemanha e Reino Unido — e reforçar sua capacidade de geração de caixa. “Nosso desempenho no primeiro trimestre está alinhado às expectativas, e o grupo segue no caminho para cumprir as metas de 2025”, afirmou o executivo.
Indicadores financeiros do grupo
No primeiro trimestre de 2025, o Grupo Telefónica registrou receita consolidada de €9,22 bilhões, com crescimento orgânico de 1,3%. O lucro líquido das operações continuadas foi de €427 milhões, enquanto o resultado total ficou negativo em €1,27 bilhão, devido a perdas com as operações descontinuadas na Argentina e no Peru.
O EBITDA ajustado somou €3,01 bilhões, com alta orgânica de 0,6%, e o EBITDAaL menos CapEx foi de €1,41 bilhão, crescendo 0,4% na mesma base de comparação. Os investimentos em CapEx, excluindo espectro, totalizaram €938 milhões, o equivalente a 10,1% da receita. O fluxo de caixa livre das operações continuadas ficou negativo em €205 milhões, refletindo sazonalidade e efeito cambial.
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