Título do Chelsea sobre PSG surpreende e premia investimento e organização

O duelo final da Copa do Mundo de Clubes, neste domingo (13), provou mais uma vez que quem tem capacidade de investimentos pode chegar bem alto no futebol. O PSG, campeão da Champions, era o favorito nas casas de apostas, mas o Chelsea, comandado por Enzo Maresca, deu um “nó tático” no adversário. Palmer, que abusou da canhota fatal, com dois gols, e o brasileiro João Pedro, mataram o duelo, em Nova Jersey, ainda no primeiro tempo: 3 a 0.
O Chelsea mudou de postura na Copa do Mundo a partir da derrota para o Flamengo, ainda na segunda rodada da primeira fase. O treinador italiano Maresca foi adaptando o esquema tático, dependendo do adversário. A equipe inglesa eliminou da competição o Palmeiras e o Fluminense. No jogo deste domingo, Fabian Ruiz e Vitinha, do PSG, foram completamente anulados. O goleiro Róbert Sanchez também fez uma partida impecável e bloqueou qualquer investida dos franceses. O ponto negativo foi a agressão que o técnico Luis Enrique e goleiro Donarumma cometeram em João Pedro, depois que o árbitro encerrou o confronto.
A vitória do Chelsea, apesar de surpreendente para muita gente, foi justa e premiou a competência. O clube investiu R$ 10 bilhões em reforços nas últimas temporadas. A equipe talvez não seja “top de linha” da Europa e não é tão badalada quanto o Real Madrid e o próprio Paris Saint Germain, mas demonstrou ser eficiente, competente e capaz de adaptar o esquema ao adversário. O Chelsea é o único clube a conquistar todos os títulos possíveis da Europa. A taça foi entregue ao capitão Reece James pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Já a derrota não apaga o que o PSG fez nos últimos anos. Em maio, o clube conquistou a Champions pela primeira vez. Isso mostra que a equipe está no caminho certo para se consolidar como uma das maiores do mundo. Além da competência técnica de Luis Henrique, brilhante treinador, apesar de ter pisado na bola neste domingo, fora de campo é mais um clube que percebe que não adianta gastar milhões em estrelas que não necessariamente se combinam dentro de campo, como Mbappé, Neymar e Messi. Os três atletas são indiscutíveis, mas, juntos, não deram o resultado esperado ao PSG. Em julho de 2023, a diretoria, então, trouxe Luis Henrique que apostou em jogadores como Dembélé, Gonçalo Ramos e Desiré Doué, entre outros. Eles caíram como uma luva na estratégia do novo comandante e o Paris Saint Germain passou a viver de glórias, depois de muitas frustrações.
Tostão, tricampeão do mundo em 1970, e excelente colunista, escreveu na Folha de S.Paulo neste fim de semana: “(…) As grandes equipes da Europa possuem condições financeiras e estruturas profissionais superiores às das equipes brasileiras. Com isso, contratam os melhores jogadores da América do Sul e dos outros continentes. São também mais bem administradas. Assim como os vários governos brasileiros não resolvem os graves problemas do país, como a criminalidade, a insegurança pública, a falta de saneamento básico e dezenas de outras situações, os dirigentes de futebol não resolvem os crônicos problemas do calendário, dos gramados, das arbitragens e tantos outros. (…).”
O cronista louva o desempenho dos clubes nacionais na Copa do Mundo, mas ressalta que os melhores times brasileiros estão no nível das equipes medianas da Europa. Isso não quer dizer que a seleção nacional não possa conquistar a Copa de 2026. Vale lembrar que muitos atletas do Brasil, com destaque no velho continente, vão vestir a camisa amarela no mundial. O hexacampeonato depende de inúmeros fatores. A França, por exemplo, apesar de sempre aparecer entre os favoritos ao título, não ganhou o mundial de 2022. Os “azuis” tinham um melhor elenco do que o da Argentina, mas foi Messi quem deu a cartada decisiva na finalíssima, no Qatar, em um duelo memorável que terminou empatado por 3 a 3 e só foi definido nas penalidades.
Em relação à FIFA, é inegável que a Copa do Mundo de Clubes mexeu com a torcida, agradou à imprensa esportiva e engordou os cofres da entidade. Entretanto, a Federação parece sempre querer estragar o espetáculo ao voltar a cogitar promover o torneio a cada dois anos e não a cada quatro. Por enquanto, a próxima edição está prevista para 2019.
CHELSEA 3×0 PSG – MetLife Stadium – Nova Jersey (EUA) – 13.07.2025
Chelsea: Sánchez; Malo Gusto, Colwill, Chalobah e Cucurella; Reece James (Dewsbury-Hall) e Caicedo; Palmer, Enzo Fernández (Andrey Santos) e Pedro Neto (Nkunku); João Pedro (Delap). Técnico: Enzo Maresca.
PSG: Donnarumma; Hakimi (Gonçalo Ramos), Marquinhos, Beraldo e Nuno Mendes; Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz (Zaire-Emery); Kvaratskhelia (Barcola), Doué (Mayulu) e Dembélé. Técnico: Luis Enrique.
Gols: Palmer (21 e 29) e João Pedro (42) no primeiro tempo
Árbitro: Alireza Faghani (Austrália)
Amarelos: Pedro Neto, Caicedo, Gusto, Colwill, Dembelé, Nuno Mendes
Vermelho: João Neves
Público: 81.118