Todos os dias, logo pela manhã, vejo o programa de Kim Paim, uma palavra sensata como fonte de informação

Há cerca de três décadas escrevo regularmente para vários veículos de imprensa. Meus textos tratam de política, economia, carreira, comportamento e comunicação. É uma grande responsabilidade. Se eu me equivocar em um simples dado, além do risco de comprometer a credibilidade, poderei desinformar os leitores que me acompanham há tanto tempo. Por isso, preciso estar sempre atualizado, especialmente com notícias sobre política e economia, que são os temas mais sensíveis. Recorro aos jornais, revistas, noticiários de rádio, TV e canais na internet. Nos últimos tempos, entretanto, tenho redobrado o cuidado. Por mais correto que seja o meio de comunicação, há risco de que suas informações estejam contaminadas na origem. Eu me lembro da confusão que o presidente Bolsonaro arrumou ao ler uma matéria publicada na Revista Exame. Explicou várias vezes que não havia inventado a notícia, que apenas lera a mensagem editada por um veículo renomado e tradicional, mas não adiantou. A todo o instante aparecia alguém para criticá-lo pela fake news.

Com o intuito de garantir a autenticidade das informações, ao fazer pesquisas, levo em conta uma fonte que considero confiável para buscar e checar as notícias mais recentes. Logo pela manhã, assisto pelo Youtube ao programa diário de Kim Paim. É um jovem engenheiro baiano, de viés liberal/conservador, que vive na Austrália. Ele faz um trabalho de boa qualidade. Pega três ou quatro temas mais relevantes do dia e escarafuncha a internet de cabeça para baixo. Pesquisa as fontes primárias, compara as opiniões dos mais diferentes jornalistas, e analisa o que cada um deles diz hoje em contraponto com o que disse em épocas anteriores. Dessa forma, mostra as coerências e contradições existentes no noticiário. Só depois é que interpreta e comenta os fatos. Jamais ultrapassa a linha do bom senso e do comedimento. Em nenhum momento apela para o sensacionalismo. Ao contrário, está constantemente censurando quem se vale desse expediente rasteiro. Talvez seja por esse motivo que tenha participação frequente no programa Pânico, da Jovem Pan. É a palavra sensata, equilibrada e arrazoada a respeito de assuntos normalmente conturbados.

Durante uma hora, todos os dias, ouço atentamente suas exposições. Anoto os fatos mais significativos para que possam servir de base para consultas posteriores. Quantas vezes, até contrariando informações de órgãos respeitados da imprensa, confiei nos dados transmitidos por ele. No final, depois de esclarecidas as notícias, chegaram à conclusão de que ele tinha razão. Para as pessoas que querem saber como agir para escapar das armadilhas que permeiam a internet com notícias falsas, o programa diário de Paim pode ser uma boa opção. Não será preciso levantar cedo para se informar com ele. A qualquer hora do dia, basta ir ao YouTube e terá à disposição toda a programação gravada. Às sextas-feiras ele faz o que denominou “dossiê”. Um levantamento completo sobre determinado tema, abordando todos os lados possíveis daquela notícia. São avaliações preciosas. 

Para não dizer que o comentarista político não tem lá suas falhas, lembro que ele torce o nariz para algumas pessoas que admiro. De vez em quando, também, me passa a impressão de estar sendo cuidadoso em demasia. Evita pronunciar palavras e expressões que poderiam ser censuradas pelo YouTube. Foge de polêmicas que talvez o prejudicassem, ainda que tivesse razão. Entendo. Mesmo residindo do outro lado do mundo, correria o risco de perder o seu canal e ficar sem os seguidores que conquistou ao longo dos últimos anos a duras penas, com muito trabalho e dedicação. Já cheguei até a me sentir contrariado com esse seu comportamento excessivamente precavido. Depois, refletindo com calma e sem paixão, concluí que no lugar dele não agiria de maneira distinta. Há circunstâncias em que faço o mesmo quando escrevo os meus textos. Para quem está só lendo ou assistindo é fácil apontar o dedo e acusar. Estar do outro lado, entretanto, sendo observado por centenas de milhares de olhos, é uma condição totalmente distinta, bem mais delicada. Ninguém precisa concordar com tudo o que Kim Paim fala, mas, tendo em vista a seriedade do seu trabalho, suas análises, em muitos casos, poderão ajudar nos momentos de reflexão. Espero que essa minha sugestão contribua para que você possa se informar com segurança sobre o que acontece de mais importante no noticiário não só do nosso país, como também do exterior. Siga pelo Instagram: @polito