Trojans bancários cresceram duas vezes em 2022, segundo a Kaspersky

Cerca de 200 mil novos trojans bancários para dispositivos móveis foram descobertos em 2022, segundo o relatório Mobile Threats in 2022, da Kaspersky. O número representa um aumento de duas vezes no volume detectado em comparação com o ano anterior.

Para a empresa, esse cenário é preocupante, visto que essa quantidade é também a maior detectada nos últimos seis anos. A situação exige cuidados adicionais dos consumidores na hora de baixar apps bancários.

Em 2022, a Kaspersky detectou 196.476 tentativas de instalação de trojan bancários em dispositivos móveis, ameaça que realiza fraudes bancárias e rouba dados de meios de pagamentos, como cartões de crédito. Esse número destaca o interesse dos cibercriminosos por consumidores online e por dados financeiros, pois eles investem ativamente na criação de novos malware para esta finalidade.

Geralmente os cibercriminosos espalham trojans bancários por meio das lojas de aplicativos, tanto oficiais quanto não-oficiais. Foram encontrados na Google Play ameaças bancárias como BRATA, Ghimob, TwMobo, Sharkbot e Xenomorph, todos eles disfarçados de apps utilitários. Por exemplo, o Sharkbot se disfarçava de um gerenciador de arquivos, mas continha também um malware capaz de solicitar permissão para instalar outros arquivos para rodar o trojan bancário no dispositivo infectado. No total, os produtos da Kaspersky detectaram 1.661.743 malware ou instaladores de software indesejado em 2022.

“Apesar da diminuição nos bloqueios gerais de programas maliciosos em plataformas móveis, os criminosos estão direcionando seus esforços no desenvolvimento de trojans bancários para celulares, pois este ainda é um mercado lucrativo. Com o mobile banking crescendo na casa dos dois dígitos anualmente, essa plataforma é muito atrativa aos fraudadores. Temos que avaliar nosso comportamento digital, pois é fato que os smartphones estão ganhando cada vez mais importância em nossas vidas, mas são poucas as pessoas que acreditam que precisam proteger esses dispositivos contra golpes online”, comenta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina.