Trump adia decisão sobre TikTok e China sinaliza diálogo

Ícone do aplicativo TikTok exibido na tela de um smartphone sobre uma superfície de madeira escura. O logotipo característico do TikTok aparece com suas cores neon em azul e rosa, contrastando com o fundo preto do dispositivo, representando o uso de redes sociais em dispositivos móveis (Latam, aviões, nebraska)

O TikTok enfrentou um fim de semana de incertezas. O serviço de vídeos curtos, que possui 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, foi retirado do ar no sábado (18) à noite, poucas horas antes de uma lei exigir a venda da ByteDance, sua proprietária chinesa. No domingo (19), retornou. O motivo? Uma promessa de Donald Trump, que assumiu a presidência pela segunda vez, de conceder mais tempo para negociações. Enquanto isso, Pequim deu sinais de que pode aceitar um acordo.

O alívio, no entanto, foi parcial: o TikTok ainda não estava disponível nas lojas da Apple e do Google, reflexo da cautela das empresas diante do impasse legal. Em um comício, Trump justificou a decisão de evitar multas para a ByteDance e seus parceiros, destacando a importância do aplicativo para os jovens eleitores americanos.

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Shou Zi Chew, CEO do TikTok, foi visto em eventos da posse de Trump, incluindo um culto na Igreja Episcopal de St. John. Ao seu lado, estavam líderes da tecnologia como Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e Sundar Pichai.

Para demonstrar atividade, o TikTok patrocinou uma festa organizada por grupos conservadores voltados para a juventude. No mesmo dia, Trump anunciou que emitirá uma ordem executiva para estender o prazo de cumprimento da legislação. Paralelamente, a China, pela primeira vez, sinalizou a possibilidade de entendimento.

Em Pequim, Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que as empresas devem ser livres para tomar suas próprias decisões. “Esperamos que os Estados Unidos ouçam a voz da razão”, disse.

As duas pontas do debate

O TikTok tornou-se peça central em um contexto mais amplo. Trump prometeu tarifas contra a China, mas também busca um canal aberto com Xi Jinping. A postura do presidente diverge daquela de seu primeiro mandato, quando tentou banir o aplicativo sob o argumento de proteger dados americanos. Agora, ele se refere ao TikTok como uma ferramenta estratégica para dialogar com as novas gerações.

Em 2020, Trump deu à ByteDance um prazo de 90 dias para vender o TikTok, mas aceitou um acordo com Oracle e Walmart, que assumiriam parte do controle. Elon Musk, conselheiro informal do presidente, sugeriu que as negociações fossem usadas como moeda de troca para que redes sociais americanas tivessem maior acesso ao mercado chinês.

Dentro do Partido Republicano, há divergências. Os senadores Tom Cotton e Pete Ricketts, por exemplo, argumentam que o prazo não deveria ser estendido. “A ByteDance deve cumprir a lei e proceder com um desinvestimento qualificado”, declararam.

Caso a proibição seja efetivada, será a primeira vez que os EUA banem uma grande plataforma de mídia social. A nova legislação concede amplos poderes à administração Trump para agir contra outros aplicativos chineses. O TikTok, por ora, é apenas o primeiro elemento de uma disputa mais complexa.

*Com informações da Reuters

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