Usuários que acessam à internet só pelo celular checam menos a veracidade das informações
Os usuários de internet que acessam à rede somente pelo celular checam menos a veracidade das informações, adotam menos medidas de segurança e usam menos recursos tecnológicos, como anexar e transferir arquivos. É o que indica a pesquisa TIC Domicílios 2022, divulgada nesta terça-feira, 16, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
Segundo o estudo, 74% dos brasileiros que acessam à internet tanto pelo computador quanto pelo smartphone verificam se uma informação encontrada na web é verdadeira. No entanto, entre aqueles que navegam somente pelo celular, que são maioria no País (62% dos usuários de internet), a taxa cai para 37%.
Comportamento semelhante é visto em relação à utilização de medidas de segurança ao navegar na web. Recursos como senhas fortes e verificação em duas etapas são práticas adotadas por 69% dos usuários que navegam na rede mediante computadores e smartphones. O percentual declina para 33% quando se avalia o comportamento das pessoas que têm acesso à internet somente pelo celular.
A diferença também é considerável quando se avalia o uso de requisitos de privacidade para limitar o compartilhamento de dados pessoais. Enquanto apenas 23% dos usuários de smartphones têm esse hábito, 57% das pessoas que também acessam à internet por computadores restringem o modo como utilizam dispositivos, contas e aplicativos.
Além disso, o estudo aponta que pessoas que só conseguem acessar à internet por meio de smartphones fazem pouco uso de funções como anexar documentos (23%), transferir arquivos (14%) e criar apresentação de slides (7%).
“Os celulares vão se tornando mais avançados em termos de processamento, mas o que notamos com a pesquisa é que os indivíduos que dependem somente do telefone móvel carregam outras vulnerabilidades sociais e, assim, realizam menos atividades online”, disse Fabio Senne, coordenador de projetos de pesquisas do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), em coletiva de imprensa de lançamento da pesquisa.
De acordo com Senne, o smartphone se mostra bastante adequado para atividades como troca de mensagens, mas apresenta limitações para a realização de outras tarefas, como o trabalho remoto ou a redação de tarefas escolares.
“Outra coisa diz respeito à forma como os pacotes de internet são vendidos. Com promoções que incluem alguns aplicativos, o usuário não tem acesso a outras ferramentas. Então, o zero rating favorece o uso de atividades específicas, e não todas as possibilidades da rede”, avaliou o coordenador do Cetic.br.
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