Vibe coding: como essa ferramenta está transformando o setor tech e impulsionando resultados

Por Thiago Saldanha
Com a popularização dos modelos de linguagem generativos (LLMs), como ChatGPT, Claude, Gemini e Copilot, estamos testemunhando um novo ciclo na engenharia de software, em que a lógica sequencial e o planejamento prévio estão dando espaço para uma abordagem mais fluida, interativa e, por que não dizer, mais humana. É nesse cenário que o vibe coding vem se destacando.
O conceito, popularizado por Andrej Karpathy, representa uma nova forma de programar, guiada muito mais pela intenção e experimentação do que por planejamentos rígidos. Não se trata apenas de ferramentas que completam linhas de código, mas sim de plataformas que interpretam ideias, constroem blocos funcionais, ajustam a sintaxe e otimizam estruturas de forma quase instantânea. Estamos saindo do “design before code” (arquitetar antes de codificar) para o “idea to code” (da ideia ao código) – e isso é fantástico.
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O que torna o vibe coding tão transformador é sua capacidade de reduzir drasticamente a distância entre concepção e execução. Em vez de começar por uma arquitetura detalhada ou diagramas extensos, o desenvolvedor inicia com um comando, um esboço ou uma pergunta. A IA responde com uma proposta de solução. O processo segue em ciclos rápidos de refinamento e validação, com o humano no papel de editor e estrategista. Essa dinâmica vai permitir automatizar tarefas repetitivas no desenvolvimento – como geração de boilerplate, testes unitários, scripts de automação e refatoração básica. Com isso, os desenvolvedores ficam livres para focar no que realmente importa: arquitetura, experiência do usuário e, sobretudo, resolução de problemas estratégicos.
Em grandes empresas, o vide coding já é uma realidade. Durante a LlamaCon 2025, primeira conferência dedicada exclusivamente aos desenvolvedores e pesquisadores interessados nos modelos de inteligência artificial Llama, desenvolvidos pela Meta, Satya Nadella, CEO da Microsoft, revelou que entre 20% e 30% do código presente nos repositórios da companhia já é gerado por inteligência artificial, reforçando a rapidez com que o desenvolvimento assistido por IA está sendo incorporado ao fluxo de trabalho de engenharias de software em larga escala.
Esse crescimento acelerado é ancorado em dados que reforçam o potencial do vibe coding: segundo projeções da Grandview Research, empresa especializada em pesquisas e estudos de mercado, o mercado global de software com IA Generativa deve passar de US$ 1,81 trilhão até 2023 – a título de comparação, o crescimento foi de US$ 196, 63 bilhões em 2022.
Entretanto, vale ressaltar que o vibe coding exige mais discernimento técnico, mais senso crítico e maior consciência sobre arquitetura, versionamento, testes, segurança e escalabilidade. Estamos vendo o nascimento de um novo perfil de desenvolvedor: alguém que combina visão de produto, habilidades técnicas e domínio de ferramentas de IA. Alguém capaz de traduzir problemas de negócios em soluções técnicas, com o apoio de assistentes generativos, mas sem abrir mão da responsabilidade técnica.
Em vez de menos código, estamos caminhando para um cenário de melhor código, mais rápido e com menos atrito. E isso se reflete diretamente na experiência que grandes marcas têm oferecido aos seus usuários, cada vez mais personalizadas e assertivas de acordo com o momento de vida/necessidades/renda/perfil daquele cliente.
O vibe coding não elimina a complexidade do desenvolvimento, mas nos dá uma nova forma de enfrentá-la: com criatividade, autonomia e ferramentas mais poderosas do que nunca. A IA não veio para substituir programadores. Ela chegou para mudar o que significa “programar”.
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