Vivo assume controle da FiBrasil por R$ 850 milhões

Mapa do Brasil com as cidades cobertas pela Fibrasil em destaque

A Telefônica Brasil (Vivo) informou em fato relevante hoje, 10, que comprará os 50% restantes da FiBrasil Infraestrutura e Fibra Ótica S.A. por R$ 850 milhões, assumindo definitivamente o controle da rede neutra criada em 2021. A transação, assinada nesta quinta-feira, 10 de julho, ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para ser concluída.

O instrumento prevê pagamento em parcela única no fechamento da operação. Segundo o comunicado, o valor será ajustado por correção monetária entre a data de assinatura e o closing. A companhia não detalhou eventual impacto no endividamento, mas informou que a aquisição será quitada com caixa próprio.

A FiBrasil encerrou 2024 com 4,6 milhões de homes passed (HPs) em 151 cidades, atendendo operadoras e provedores independentes — números reportados pelo Tele.Síntese na época de seu terceiro aniversário. No comunicado, a Vivo diz pretende manter a expansão da rede, que pela estratégia original, seria feita em regiões onde a Vivo ainda não atua diretamente em fibra, reforçando a estratégia de monetizar capacidade com vários clientes no modelo de rede neutra.

Vale notar que, quanto foi criada a Fibrasil em 2021, em plena pandemia de Covid-19, o mercado de banda larga fixa estava em plena efervescência. Unifique, Brisanet, Desktop entraram na bolsa e, no interior, provedores de internete aceleravam o investimento em redes próprias em função do aumento repentino e acelerado da demanda por conexão de qualidade nas residências – o que mais tarde tornou mais desafiador a expansão do modelo de rede neutra no país. Além de Fibrasil, surgiram na mesma época I-Systems, que tem a TIM e a IHS como sócias, e a V.tal, rede mais extensa das três, baseada a rede fixa da antiga Oi.

Próximos passos regulatórios

A compra será submetida ao rito sumário do Cade, por se tratar de aquisição de participação adicional em sociedade já analisada pelo órgão em 2021, quando a FiBrasil foi constituída. Na Anatel, a companhia deverá apresentar o Ato de Concentração e comprovar que não haverá restrições à oferta atacadista de fibra para terceiros.

Criada como joint venture entre Telefónica Infra, Telefônica Brasil e o fundo canadense CDPQ, a FiBrasil nasceu com 1,6 milhão de HPs e captação de R$ 2,5 bilhões em debêntures incentivadas. Em 2023, levantou mais R$ 1 bilhão para acelerar a cobertura de municípios médios. A Vivo já possuía 25 % da empresa; os 75 % restantes estavam divididos entre Telefónica Infra (25%) e CDPQ (50%). Com a nova operação, a Telefónica Infra permanece com 25%.

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