Os 5 grupos de ransomware mais ativos na América Latina em 2023

grupos de ransomware

O ransomware, ataque que sequestra e criptografa dados das vítimas, se tornou uma grande preocupação para as empresas e governos. Um novo relatório de segurança da ESET, concluiu que 96% das organizações estão preocupadas com o ransomware como uma ameaça latente, sendo que 21% admitiram ter sofrido um ataque com esse tipo de malware nos últimos dois anos. Deste último grupo, 77% conseguiram recuperar suas informações devido às políticas de backup que possuem, enquanto 4% afirmaram ter pago pelo resgate.

“Um dos principais desafios a enfrentar em um futuro próximo será o aumento das campanhas de spear phishing (direcionadas a um alvo específico). Deve-se levar em consideração o aumento dos riscos associados ao maior uso de tecnologias no período pós-pandemia e a necessidade de aprimorar o nível de conscientização dos colaboradores das empresas em todos os níveis”, comenta David González Cuautle, Pesquisador de Segurança Cibernética da ESET América Latina.

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Segundo Cuautle, o roubo ou vazamento de informações nas empresas é a maior preocupação identificada pelas pesquisas da ESET, e está associado a acessos indevidos aos sistemas, ou seja, o aumento de ataques que visam explorar alguma vulnerabilidade por meio de campanhas de phishing direcionado (spear phishing) ou a instalação de códigos maliciosos como ransomware ou trojans de acesso remoto.

Na lista abaixo, a ESET destaca os grupos de ransomware mais ativos na região da América Latina até o momento deste ano.

SiegedSec

Conhecido por seu lema de assediar a segurança da vítima, daí o seu nome, em inglês “siege”, que pode ser traduzido como assediar ou sitiar. Seu modus operandi é extorquir a vítima a ponto de deixá-la apenas com a opção de pagar pelo resgate de suas informações ou, no pior dos casos, vendê-las em fóruns da Dark web ou Telegram.

O SiegedSec vem conseguindo afetar setores em todo o mundo, como saúde, tecnologia da informação, seguros, contabilidade, direitos e finanças. Na América Latina, conseguiu obter documentos de intranet, bases de dados, informações de usuários e detalhes de organizações violadas em vários setores na Colômbia, com entidades governamentais e de saúde entre as mais afetadas.

Nokoyawa

De origem russa e iniciando suas atividades em fevereiro do ano passado, esse grupo se caracteriza por ser o único a utilizar uma criptografia altamente sofisticada (criptografia de curva elíptica, ou ECC, em inglês), adicionando sua própria extensão de arquivo homônima (NOKOYAWA). Este grupo conseguiu obter uma quantidade significativa de informações de um laboratório no setor de saúde do Brasil até o terceiro quadrimestre de 2023.

ALPHV

Também conhecido como Blackca, a maneira como esse grupo opera desde sua aparição em novembro de 2021 é por meio do Ransomware-as-a-Service (RaaS, em inglês), pois seus ataques não ocorrem aleatoriamente ou por meio de campanhas de spam, mas sim, seus alvos são determinados pelos associados com os quais contam. Ou seja, segundo a ESET, eles unem esforços para realizar ataques a alvos já perfilados. Isso faz com que seu modus operandi seja específico para cada caso de uso, assim como as técnicas empregadas durante seus ataques.

Stormous e sua aliança com GhostSec

O grupo Stormous surgiu no meio de 2021. Inicialmente, o grupo, de origem árabe, divulgava ataques aos Estados Unidos por meio de seus canais no Telegram e em fóruns da Dark web. Devido ao conflito Rússia-Ucrânia, seus objetivos foram modificados e, em meados de julho deste ano, anunciaram oficialmente uma parceria com o grupo de hacktivistas GhostSec para atacar não apenas os Estados Unidos, mas também países da América Latina, incluindo o governo de Cuba.

Vice Society

Um dos mais ativos no final de 2022 e início de 2023. A maioria das incidências ocorreu nas indústrias de educação e saúde, mas também há evidências de que outro setor que esse grupo de ransomware está mirando é o setor manufatureiro em países como Brasil, Argentina, Suíça e Israel. A ESET ressalta que eles desenvolveram seu próprio gerador de ransomware personalizado, optando por métodos de criptografia mais robustos, o que indica que o grupo está se preparando para sua própria operação de ransomware como serviço (RaaS).

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