5 principais tendências que pautarão o futuro do mercado financeiro

Tendencias mercado financeiro

As transações digitais no mercado financeiro tiveram saltos significativos nos últimos anos. Segundo dados da “Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023”, o número de transações financeiras registrou um crescimento recorde de 30% nos últimos 11 anos, sendo impulsionado principalmente pelo aumento das transações nos canais digitais em 43%, correspondendo a quase 8 em cada 10 movimentações bancárias no Brasil.

A expectativa é que a digitalização e a integração do mercado só acelere tendo em vista que, entre as prioridades apontadas pelos bancos para todo o ano de 2023 estão o Open Finance, a transformação cultural das instituições, moedas e ativos digitais, a expansão da IA no relacionamento com o cliente e o incentivo do consumidor ao compartilhamento dos dados.

Observando as tendências do setor, Alan Mareines, CEO da fintech Lina Open X, destaca o que aposta como principais movimentos que já estão transformando mercado e que prometem se desdobrar em uma nova geração de inovações.

1. Open Finance

O compartilhamento de dados no Open Finance está crescendo de forma acelerada. No primeiro trimestre de 2023, foram adicionados por mês, em média, cerca de 3,2 milhões de novos consentimentos, sendo a maioria de pessoas físicas. Mareines explica que o Open Finance proporciona ao cliente a possibilidade de compartilhar seus dados com outros bancos e instituições financeiras, reunindo um portfólio completo de possibilidades de compartilhamento. “Com o avanço para a Fase 4, incluirá dados de operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência”, completa Mareines. Segundo dados da Allied Market Research, o segmento mundial de Open Banking deve atingir US$ 124 bilhões em 2031, crescendo em um ritmo de 22% ao ano.

2. Drex

O Banco Central acaba de dar o primeiro passo para simulações de negociações com títulos públicos federais digitais, emitindo os primeiros títulos em forma de tokens na rede de testes do Drex, o real digital. Nesta fase do projeto, foram emitidos dois tipos de papéis fictícios tokenizados: LTNs (Letra do Tesouro Nacional) e LFTs (Letra Financeira do Tesouro).

Anunciada em março deste ano, a fase de testes do Drex tem previsão de se estender até maio de 2024, com projeção de lançamento da plataforma para até o início de 2025. O Drex será a primeira moeda virtual oficial do Brasil, uma extensão das tradicionais cédulas físicas de dinheiro, com os mesmos fundamentos, mas transacionada exclusivamente no ambiente digital.

3. Tokenização

A tokenização de ativos é também tendência para um futuro próximo. Trata-se da representação digital de ativos físicos como imóveis, ações ou títulos. Os tokens são representações criptografadas, com tecnologia blockchain, o que garante a segurança quando negociados pelo setor financeiro. Os novos modelos de negócios baseados em tokens podem agilizar o processo de transações e negociação de ativos. A tokenização permitirá novas formas de avaliar e garantir o lastro de ativos.

4. Pix

Segundo pesquisa da Febraban, o número de usuários cadastrados no Pix já chega a 88,7 milhões no Brasil, sendo que quase metade deles – 48% – são “heavy users” – fazem mais de 30 operações via Pix no mês. O estudo também mostra que muitas pessoas que antes não costumavam usar DOC/TED acabaram por aderir ao Pix em suas rotinas.

“O Banco Central anunciou que planeja integrar Pix, Open Finance e Real Digital, com o objetivo de desenvolver uma economia digital no país com mais eficiência e segurança nas transações”, lembra Mareines.

5. Inteligência artificial

Com uso da IA, os bancos têm buscado melhoria da eficiência, da precisão e da segurança dos processos. Além disso, a IA analisa e identifica padrões em grandes volumes de dados. Isso possibilita melhores previsões sobre o mercado, decisões automatizadas e identificação de possíveis fraudes.

Ao mesmo tempo, as aplicações de biometria facial e chatbots estão entre as mais importantes para os bancos em 2023 no campo da inteligência artificial, conforme o levantamento da Febraban, o que deve garantir mais segurança e eficiência nas operações, além de proporcionar atendimentos cada vez mais personalizados aos clientes.

“O Brasil está sempre à frente em relação às tecnologias financeiras. Basta observar que somos referência mundial em Open Finance, temos uma tecnologia avançada como o Pix e já estamos em fase de teste como Real Digital. As instituições já sabem que precisam cada vez mais explorar de forma inteligente as oportunidades que surgem com os avanços tecnológicos”, conclui Mareines.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!