7 truques de consultores de TI que CIOs nunca devem cair

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Por Bob Lewis, CIO

Consultores nem sempre são bem vistos. Segundo uma antiga piada, os 90% que são ruins acabam estragando para o restante de nós.

Conhecer as artimanhas dos 90% é a primeira linha de defesa do astuto CIO. Aqui estão sete dos mais perniciosos atos inadequados de consultoria que você encontrará como líder de TI.

1. O golpe das anedotas

Coisas ruins acontecem mesmo na organização de TI mais bem administrada. O golpe das anedotas é como um tiro no alvo, mas ao contrário – o consultor cria um problema fictício e o apresenta como uma questão urgente que requer atenção imediata, sob a liderança do próprio consultor.

Eventos individuais podem ser nada mais do que um incidente aleatório. Eles não merecem a atenção de um CIO, a menos que se repitam, apesar das reações exageradas dos consultores.

2. Ignorar os custos

Toda mudança implica em custos. Ao avaliar uma organização de TI, os consultores são pagos para identificar problemas e recomendar formas de resolvê-los. Parte do que os CIOs pagam a eles são soluções que causam mais danos do que benefícios. O exemplo clássico é recomendar que organizações centralizadas descentralizem, enquanto recomendam que outros clientes descentralizados se centralizem.

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Mas os custos ignorados não se limitam ao dilema de centralização/descentralização. Muitas soluções interferem nas práticas em que a área de TI é bastante competente, causando problemas tanto quanto resolvem. CIOs cautelosos irão questionar quais são os custos para cada mudança recomendada pelo consultor e como o consultor planeja mitigá-los.

3. Promoção seletiva de aliados

Nem todo gerente de TI é tão competente quanto deveria ser. Além disso, alguns gerentes de TI têm uma visão mais favorável do consultor do que outros.

Não é incomum que um consultor encoraje o CIO a promover gerentes que gostam deles para posições onde possam recompensar o consultor com trabalho adicional, independentemente de serem o melhor gerente para liderar aquela posição.

4. Criar um caso de negócio

Os consultores adoram esse truque. É quando o CIO os envolve para construir o caso de negócio para um projeto ou prioridade específica – não para determinar se realmente existe um caso de negócio a ser feito.

Para criar um caso de negócio, começa-se com a resposta predefinida e trabalha-se retroativamente a partir daí, utilizando práticas questionáveis como ser seletivo com dados, fazer análises unilaterais, testes estatísticos inadequados e empregas anedotas, apenas para citar algumas. Isso resulta na definição e justificação de um programa estratégico cujo sucesso depende (surpresa!) de um grande envolvimento com o empregador do consultor.

5. Falsa expertise e experiência exagerada

Para ser justo, o erro #5 geralmente é uma conspiração entre o CIO e as consultorias que competem por um contrato. Isso é feito fornecendo uma combinação de metodologias, estudos de caso e referências. As metodologias têm toda a profundidade de uma apresentação de PowerPoint, enquanto os estudos de caso se assemelham aos filmes “inspirados em uma história real”. As referências? Clientes cuidadosamente selecionados e gerentes de clientes (veja “Promoção seletiva de aliados”, acima) que tiveram resultados positivos – às vezes, os únicos clientes que tiveram resultados positivos.

O que os estudos de caso e referências não fazem é descrever os resultados entregues pela equipe real que os consultores fornecerão para o projeto. Isso não é possível devido a…

6. Ganhar primeiro, contratar depois

Isso é menos comum para equipes de entrega do que para os consultores cujo trabalho resultou na conquista que criou a necessidade da equipe de entrega, mas ainda assim…

Poucas consultorias têm uma equipe de reserva de grande porte. Como resultado, vencer um contrato geralmente é muito mais estressante do que perder um, porque após vencer um contrato, a consultoria tem cerca de um mês ou até menos para contratar a equipe necessária para executar o contrato, familiarizar os recém-contratados com a metodologia e práticas exigidas pelo contrato e construir um relacionamento de trabalho com seus novos gerentes.

Se os desafios inerentes a essa prática não forem óbvios, pergunte a si mesmo qual é a taxa de sucesso de contratação em massa.

7. Prometer “melhores práticas”

Com algumas consultorias, os resultados entregues pela área de TI são menos importantes do que entregá-los da maneira com a qual o consultor está familiarizado – a definição usual, embora não reconhecida, de “melhores práticas”.

Assim, os consultores pacientemente explicam por que as formas como a área de TI tem apoiado com sucesso a empresa desde os tempos primordiais precisam ser substituídas, transformando a equipe de TI de profissionais experientes em aprendizes no processo.

Caveat emptor – o comprador que se cuide

Nem todos os consultores são culpados de todos esses comportamentos inadequados. Mas todos nós conhecemos essas práticas e sabemos que estamos competindo com outros consultores que podem ceder à tentação.

E há muitos CIOs que também caem nessas armadilhas, o que significa que praticá-las pode ser uma estratégia vencedora.

Portanto, esteja avisado e esteja atento. Mas não seja um deles.

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