78% das crianças têm celular; mas poucos responsáveis usam controle parental

Bruno Diniz, líder de engenharia na área de crianças e famílias do Google fala sobre controle parental

A maioria (78%) das crianças possui celular próprio e o uso de mais dispositivos é mais comum em idades maiores no Sudeste e nas classes socioeconômicas mais altas, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo Google junto à Nielsen sobre os hábitos de consumo online de crianças e adolescentes brasileiros, bem como as experiências de supervisão e controle parental no país.

O acesso à internet é maior em casa (98%) e, quanto mais velhas são as crianças, maior é o acesso em locais fora da residência. A maioria das crianças brasileiras (34%) fica online de uma a duas horas por dia, enquanto os adolescentes (13 a 17 anos) ficam online, em média, três.

Bruno Diniz, líder de engenharia na área de crianças e famílias do Google, comentou durante o evento “Mais Seguro com Google”, 40% dos novos usuários globais de Internet são crianças. Isso significa 175 mil novas crianças que começam a sua vida digital todos os dias.

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Existe uma mudança significativa no comportamento online das crianças a partir dos 10 anos de idade, quando elas passam a ser mais autônomas e presentes na internet, e os pais passam a se preocupar mais por conta disso. No entanto, em média, os pais deixam de supervisionar a atividade online dos filhos a partir dessa mesma idade.

Segundo a pesquisa, o monitoramento dos pais reduz significativamente após os 13 anos em todas as situações avaliadas. Quando observado o uso de redes sociais, é raro o envolvimento de crianças de até 8 anos com essas plataformas, bem como com os aplicativos de mensageria. No entanto, após atingirem os 13 anos, mais de 70% delas já incorporam essas ferramentas em suas atividades online horas por dia ou mais.

A maioria das técnicas de controle parental é feita sem ajuda de tecnologia – apenas 17% dos pais utilizam ferramentas de controle parental. Porém, as maiores demandas dos pais estão alinhadas com as funcionalidades dos principais aplicativos de controle, como o Google Family Link.

O bloqueio de conteúdos (57%) e sites (56%) é a ferramenta de controle parental mais utilizada, mas monitorar a navegação ao vivo ou por meio do histórico também são outros meios de supervisão (49% e 43%, respectivamente).

Diniz destaca a dificuldade comunicação com os responsáveis pelas crianças e a importância do letramento para aumentar o uso de ferramentas de controle parental. Ele exemplifica dizendo que uma ação de marketing em um aeroporto provavelmente atingiria poucas pessoas.

Uma das ações recém feitas pelo Google, no entanto, foi o lançamento de um gibi da Turma da Mônica sobre Proteção de Dados Pessoais. A ideia, diz o executivo, é educar tanto as crianças quanto aqueles que estão dividindo o conteúdo, de forma lúdica e direto dentro das famílias.

Outra preocupação dos pais é a escalada do uso de telas. Nesses casos, diz o executivo, o Google tenta colocar as ferramentas à disposição das famílias, de maneira fácil, para que a decisão final seja dos responsáveis.

“Nós vamos até onde a gente acredita que a infraestrutura tem que prover porque, no fim, é uma escolha muito pessoal de cada família. A gente tenta instruir o que é o padrão”, revela ele.

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