Câmara discute projeto que regulamenta uso de conteúdos autorais por sistemas de IA

Deputada Jandira Feghali discursa em plenário na Câmara dos Deputados, com bandeira do Brasil ao fundo. Ela está posicionada em frente a um microfone, usando uma blusa estampada e com expressão séria

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1473/23, que prevê a obrigatoriedade de empresas de inteligência artificial (IA) disponibilizarem ferramentas que permitam a autores restringir o uso de seus conteúdos por algoritmos. O objetivo, segundo o autor da proposta, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), é garantir a preservação dos direitos autorais diante do avanço das tecnologias generativas.

No parecer favorável apresentado pela relatora Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foram incorporadas emendas para ajustar o texto, incluindo a mudança do termo “empresas que operam” sistemas de IA para “empresas que desenvolvem” esses sistemas. “Essa alteração deixa claro que a responsabilidade recai sobre as desenvolvedoras da tecnologia, e não sobre intermediárias ou usuárias finais”, explicou a parlamentar.

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Feghali destacou que a proteção deve ser preventiva e não apenas reativa, especialmente em relação a conteúdos artísticos e culturais, que estão cada vez mais expostos a reproduções automatizadas. A proposta estabelece um prazo de 120 dias para que as plataformas adaptem seus sistemas às novas exigências, disponibilizando mecanismos que assegurem o controle sobre o uso de materiais protegidos.

Um exemplo citado durante as discussões foi o termo de uso da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, que já permite a notificação para remoção de conteúdos considerados violadores de direitos autorais. A intenção, no entanto, é criar instrumentos mais robustos para que os autores possam exercer esse controle de maneira direta e eficiente.

A matéria, que tramita em caráter conclusivo, segue agora para análise nas comissões de Ciência, Tecnologia e Inovação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso receba aval nas duas instâncias, será encaminhada para votação no Senado antes de sua eventual sanção presidencial.

*Com informações da Agência Câmara de Notícias

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