A onda do PC As A Service ganha força no mercado B2B brasileiro – e mundial

Por Vittorio Danesi, CEO da SImprO setor de outsourcing de hardware de TI iniciou 2025 com perspectivas promissoras no Brasil. O mercado de PC As A Service (notebooks e desktops como serviço) projeta taxas de crescimento superiores às de anos anteriores, impulsionado por uma conversão crescente de Capex para Opex. Esse movimento reflete um cenário de aceleração digital, que abrange saúde, educação, governo, logística e varejo, com a adoção de tecnologias avançadas e a reformulação de processos, impulsionados, por exemplo, por inteligência artificial ou tecnologia em nuvem. Nesse contexto, o outsourcing emerge como um aliado estratégico, otimizando a gestão de TI e o suporte para o trabalho de colaboradores com ajuda de tecnologias de ponta, tanto no setor privado quanto no público.
Órgãos federais, estaduais e municipais, além do Judiciário, já aderem ao modelo DAAS (Device As A Service), que vai além do PC As A Service. O governo brasileiro tem investido na modernização administrativa por meio de tecnologia com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir custos. Essas iniciativas incluem investimentos em equipamentos e serviços de TI como os oferecidos por modelos de outsourcing, especialmente para modernizar áreas críticas como saúde e educação.
A movimentação é evidente: no final de 2023 e ao longo de 2024, grandes editais foram lançados para a contratação de serviços de outsourcing de equipamentos de TI. O objetivo é modernizar a infraestrutura de TI do governo, reduzindo custos com manutenção e atualizações e garantindo um parque tecnológico mais eficiente, com dispositivos atualizados e de última geração, em um mundo em que as transformações tecnológicas são cada vez mais velozes.
Além disso, o modelo PC As A Service tem sido utilizado para suportar iniciativas de governo digital e modernizar o atendimento aos cidadãos, seja por meio de unidades de autoatendimento, seja no suporte ao trabalho híbrido dos servidores públicos.
No mercado brasileiro, apenas 10% do segmento de PCs B2B é atendido pelo outsourcing, o que demonstra uma oportunidade significativa. A expectativa é de que o mercado de PCs duplique até 2026, passando de uma demanda anual de 300 a 350 mil PCs em 2023 para cerca de 650 mil novas unidades no mercado, representando um crescimento total de 84%.
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Fatores que impulsionam o PC As A Service em 2025
O avanço tecnológico desempenha um papel central na aceleração do PC As A Service. Novos processadores, a expansão do uso de cloud computing e multicloud e a integração da IA estão transformando o mercado. Essas tecnologias possibilitam personalização, automação de processos e análises preditivas, acelerando a tomada de decisões em tempo real.
Outro ponto relevante é a necessidade de atualização do parque tecnológico. Em outubro de 2025, o Windows 10 deixará de receber atualizações de segurança da Microsoft. Isso significa que cerca de 7,9 milhões de PCs no mercado B2B brasileiro, incluindo 1,9 milhão na educação, precisarão ser substituídos. A falta de atualização representa riscos significativos para a proteção de dados. Para atualizar essa grande quantidade de PCs, empresas e órgãos públicos têm duas opções. Uma é fazer altos investimentos na compra dos equipamentos e recorrer, assim, ao Capex (Capital Expenditure, em inglês), que é aquisição de bens de capital de uma empresa, modelo prejudicado atualmente por fatores como as altas do dólar e dos juros, que encarecem notebooks e desktops.
A outra opção, bem mais vantajosa, é aderir ao Opex (Operational Expenditure, em inglês), que consiste nas despesas operacionais de uma empresa. Nesse caso, ela contrata um serviço e recorre ao outsourcing, ao modelo PC As A Service, em que paga pelo uso mensal (ou conforme a demanda) dos equipamentos. Isso contribui para melhorar o fluxo de caixa e aumentar o controle financeiro da empresa. Além disso, libera as equipes de TI para focar em atividades mais estratégicas, deixando de atuar nas atividades meio da TI.
O descarte correto de equipamentos eletrônicos é outro desafio crescente para empresas e órgãos públicos. O modelo de outsourcing resolve essa questão ao assumir a responsabilidade pelo ciclo de vida completo dos dispositivos, reduzindo o impacto ambiental e alinhando-se às demandas por práticas sustentáveis.
A popularidade do PC As A Service não se limita ao Brasil. Segundo a consultoria Deloitte, o mercado global de outsourcing deve alcançar 435,85 bilhões de dólares neste ano. Empresas e governos ao redor do mundo reconhecem que o modelo proporciona maior flexibilidade e produtividade, além de permitir uma adaptação mais ágil às mudanças de mercado e às novas demandas tecnológicas.
O outsourcing cada vez mais se mostra não apenas como uma opção, mas uma solução estratégica que se consolida como indispensável no cenário atual e nos anos que virão.
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