Homem mata filha de 16 anos que se recusou a apagar conta no TikTok

Segundo o boletim de ocorrência, o pai matou a filha por um crime de “honra”. Crime ocorreu no Paquistão, país de maioria muçulmana em que mulheres são vítimas frequentes de violência por parte de familiares —por não seguirem as normas rígidas de comportamento em público, incluindo on-line. Vídeos em alta no g1
Um paquistanês matou a filha de 16 anos a tiros depois que ela se recusou a deletar sua conta no popular aplicativo de compartilhamento de vídeos TikTok, informou a polícia nesta sexta-feira (11).
No país, de maioria muçulmana, as mulheres são vítimas frequentes de violência por parte de familiares por não seguirem as normas rígidas de comportamento em público, incluindo o espaço on-line.
“O pai da adolescente pediu que ela excluísse sua conta no TikTok. Diante da recusa, ele a matou”, declarou um porta-voz da polícia à AFP.
Segundo o boletim de ocorrência policial, o pai matou a filha por um crime de “honra”.
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A família da vítima inicialmente tentou fazer o assassinato parecer um suicídio, segundo a polícia da cidade de Rawalpindi, onde o crime aconteceu na terça-feira.
O TikTok é muito popular no Paquistão, em parte por sua acessibilidade entre uma população com níveis reduzidos de alfabetização.
As mulheres conquistaram audiência e renda no aplicativo, algo raro em um país onde menos de 25% das mulheres participam da economia formal. Contudo, apenas 30% das mulheres do Paquistão possuem um smartphone, contra quase o dobro do número de homens (58%), a maior disparidade do mundo, segundo o Mobile Gender Gap Report de 2025.
TikTok: vídeos contribuem para alimentar o preconceito contra os mais velhos
Franck, Unsplash, CCO
As autoridades paquistanesas de telecomunicações bloqueiam ou ameaçam bloquear com frequência o aplicativo pelo que consideram um “comportamento imoral”.
No Baluchistão (sudoeste), onde a lei tribal vigora em muitas áreas rurais, um homem confessou ter instigado o assassinato de sua filha de 14 anos no início do ano por vídeos publicados no TikTok que, segundo ele, comprometiam sua “honra”.