Abes quer acelerar conexão entre empresas e academia para fomentar políticas públicas

A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) quer contribuir de forma mais incisiva na construção de um país digital, usando a tecnologia da informação como pilar fundamental. Uma das mais recentes iniciativas nesse sentido foi o lançamento, em fevereiro de 2023, de um Think Tank, que busca conectar pesquisadores às empresas associadas da entidade para fomentar políticas públicas que favoreçam toda a população.

Inicialmente, conforme explicou Jamile Sabatini Marques, diretora de fomento da Abes, ao IT Forum, são 13 pilares endereçados pela iniciativa. O primeiro edital, que teve seu resultado divulgado ontem (27/3), priorizará pesquisas com base em quatro temas: inteligência artificial (IA), plataformas digitais, governo digital e governo aberto e futuro do trabalho.

“Com o Think Thank, queremos integrar pesquisas e levá-las para perto das empresas. Para os pesquisadores, é uma oportunidade de se aproximar das companhias associadas da Abes”, sintetizou ela, lembrando que a Abes soma mais de 2 mil empresas em sua base, sendo 77% micro e pequenos negócios.

Inicialmente, foram escolhidos oito trabalhos, mas até o final de 2023 serão elencados um total de 26 projetos. Para contribuir de forma mais efetiva, Jamile afirmou que os elegidos na primeira leva passarão por um curso de compliance e de entendimento da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “Assim, o pesquisador contribuirá com o seu olhar na formação de uma política pública e poderá ainda escrever, produzir artigos, como pesquisador”, contou.

Abes: setor de software em momento positivo

Apesar dos sucessivos cortes de pessoal que o mercado de software, especialmente, tem passado de dezembro de 2022 até o momento, Jamile indica que empresas do setor ainda sofrem com a falta de mão de obra e que o momento é positivo para essas companhias.

Dados do Estudo Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2023, conduzido pela Abes, em parceria com a IDC, revelam que o Brasil mantém 1,65% dos investimentos em tecnologia em nível global e 36% dos investimentos em toda a América Latina, queda de quatro pontos percentuais em comparação com 2022.

“O setor tecnológico foi transversal na economia e todo mundo precisou ‘se virar’. Por isso, aconteceram muitas contratações. As empresas hoje estão se adequando. Teve empresa que contratou 5 mil pessoas em nível global e as demissões representam 5% disso. Quando contrata não faz barulho, mas quando tem demissão faz muito barulho”, avaliou dela, enfatizando que agora diminuiu o ‘rouba monte de talentos’, mas que isso não significa que a demanda por profissionais qualificados caiu.

Ao contrário, enfatizou Jamile, o mercado ainda precisa de talentos especializados. “Por isso que em 2022, criamos o RH Tech, um hub de cursos gratuitos para contribuir para a formação de pessoal”, contou ela.

O programa tem seis meses de vida, e, até o momento, ofereceu 18 cursos qualificados sendo 83% deles on-line e 17% presenciais, com temas que incluem analytics, ciência de dados, desenvolvimento de software e outros.

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